Centenas de pessoas participaram no dia 25 de abril na já tradicional homenagem junto à estátua de Salgueiro Maia, no Jardim dos Cravos, na saída de Santarém pela Estrada Nacional 3, a mesma por onde saiu a coluna que em 1974 seguiu de Santarém para Lisboa para derrubar a ditadura.
“No dia 25 de Abril de 1974, as correntes do regime opressor foram quebradas, dando lugar a uma aurora de liberdade, democracia e esperança. E entre os bravos que lideraram esse movimento, destaca-se um nome que permanecerá para sempre na memória do povo português: Salgueiro Maia”, referiu no seu discurso o presidente da Câmara de Santarém.
Ricardo Gonçalves considera que “há 50 anos, o povo português protagonizou uma das mais notáveis revoluções do século XX aos olhos de todo o mundo”. O autarca recordou que antes do 25 de Abril, “Portugal estava sob o jugo de uma ditadura que reprimia severamente as liberdades individuais, limitava os direitos políticos e económicos dos cidadãos e perpetuava desigualdades sociais profundas”.
Ricardo Gonçalves referiu ainda que “neste cinquentenário do 25 de abril, é também importante reconhecer os desafios que ainda enfrentamos como sociedade. A liberdade conquistada há meio século não pode ser tomada como garantida. Devemos permanecer vigilantes e ativos na defesa dos direitos permanecer vigilantes e ativos na defesa dos direitos fundamentais e na promoção da igualdade e da justiça fundamentais e na promoção da igualdade e da justiça para todos”.
“Que esta celebração dos 50 anos do 25 de abril nos inspire a continuar a lutar pelos ideais de liberdade e justiça. Que possamos honrar o legado dos nossos antepassados, possamos honrar o legado dos nossos antepassados, trabalhando arduamente pelo bem-estar e pela felicidade estar e pela felicidade de todos os que aqui vivem”, concluiu.
Na presença de Natércia Maia, viúva do homenageado, dos seus filhos e netos, de amigos, entidades públicas e oficiais, o presidente da Assembleia Municipal de Santarém, Joaquim Neto afirmou que o 25 de Abril ”representa muito mais do que o derrube de um regime autoritário. É o símbolo da luta pela democracia, pela liberdade e pelo poder local”.
Para Joaquim Neto, “os objetivos do 25 de Abril de descolonizar, democratizar e desenvolver foram essenciais para a metamorfose de Portugal ao longo das últimas décadas. A descolonização permitiu ao país libertar-se de um passado colonial opressivo, promovendo a autodeterminação e a igualdade entre povos”.
Em representação da Associação 25 de Abril, o então capitão Joaquim Correia Bernardo, considera que a data “é uma libertação que abriu as portas à democracia para que os portugueses pudessem exercer os mais elementares direitos de cidadania de que estávamos privados”.
“Hoje vivemos tempos de incerteza e de enorme preocupação no que respeita aos valores da liberdade, democracia, paz, justiça e igualdade. Os valores de Abril estão ameaçados, não só em Portugal, mas também em muitas outras regiões do mundo”, lembrou o militar, acrescentando que “não abdicaremos da liberdade, essencial para prosseguirmos a sociedade democrática que almejamos e que queremos mais democrática, mais justa e solidária”.
Catarina Salgueiro Maia escreveu uma carta ao Capitão de Abril, seu pai. “Hoje, na tua estátua, celebramos esses 50 anos com orgulho! Orgulho do que tu e os teus companheiros e amigos conseguiram. Orgulho de não se deixarem acomodar! Orgulho de terem permitido que o nosso País voltasse a entrar no mapa do mundo! Sabes meu rei, tenho o maior orgulho em ti! Tenho o maior orgulho de poder celebrar a liberdade e saber que fizeste parte dela! Tenho o maior orgulho de ser tua filha! Saber que saíste naquela madrugada rumo ao incerto, mas com a certeza que não poderias continuar a ver o Estado a que isto chegou! Hoje, 50 anos depois, ainda falta cumprir tanto! 50 anos depois, ainda falta lutar tanto! Mas acredito, meu pai, que a semente que vocês lançaram naquele dia, dará frutos eternamente”, disse a filha de Salgueiro Maia.
Uma resposta
Realmente muito orgulho neste ser humano que desprovido de qualquer interesse pessoal avançou para o incerto com a certeza de estar a fazer o que tinha que ser feito. Obrigada Salgueiro Maia e todos os que contigo estiveram. Eternamente agradecidos. F.M.