Os dois sócios gerentes de uma empresa de mediação de seguros em Coruche vão começar a ser julgados no Tribunal de Santarém por terem enganado dezenas de clientes com apólices falsas.
Os arguidos são irmãos, de 59 e 60 anos, e estão acusados pelo Ministério Público (MP) dos crimes de burla qualificada, falsificação de documento e abuso de confiança agravado.
Segundo o processo judicial, a que a Rede Regional teve acesso, o esquema era relativamente simples: cobravam os valores dos seguros aos clientes, mas não entregavam o dinheiro às Seguradoras (casos da Fidelidade, Tranquilidade e Vitória Seguros, entre outras), o que tornava as apólices inválidas, sem os lesados saberem.
Em 2014, os valores não entregues a uma das grandes Companhias já rondava os 105 mil euros, tal como foi apurado numa auditoria mandada realizar quando a fraude foi descoberta, tendo os arguidos reconhecido a dívida e assinado um acordo de pagamento.
Segundo o MP, os irmãos devolveram apenas parte do dinheiro em dívida – cerca de 68 mil euros – e continuaram com a cobrar prémios aos clientes, mesmo depois das Seguradoras terem revogado os acordos e convénios de cobrança.
A Acusação frisa que os arguidos mantiveram a ilusão de que eram ainda agentes de seguros devidamente credenciados junto dos clientes, tendo-lhes cobrados prémios e forjado certificados de seguro automóvel, seguros de caçadores e portadores de armas, ou apólices de acidentes de trabalho, entre outros documentos falsificados por meios informáticos.
No total, o MP estima que o valor de que se apropriaram indevidamente deverá andar próximo dos 112 mil euros, se bem que parte do dinheiro já tenha sido devolvido aos lesados.
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