Para suprir a actual falta de médicos no serviço de oncologia, o Hospital de Santarém está a contratar dois novos especialistas que devem entrar ao serviço já na próxima semana, garantiu à Rede Regional o presidente do Conselho de Administração (CA), José Josué.
"Já contactámos vários profissionais e estamos a enviar-lhes propostas de trabalho, pelo que teremos os médicos suficientes para assegurar a normalidade do serviço muito em breve", acrescentou o responsável, confirmando que "a redução drástica da equipa trouxe complicações à capacidade de resposta do hospital".
No dia 1 de Novembro, o serviço de oncologia ficou privado de dois dos seus quatro especialistas (uma médica que entrou de baixa por gravidez e um outro profissional que denunciou o seu contrato de trabalho), razão pela qual as consultas e os tratamentos aos cerca de 700 pacientes do foro oncológico terem passado a realizar-se apenas três dias por semana, de segunda a quarta-feira.
José Josué sublinha, no entanto, que nenhum dos casos mais graves "deixou de ter o devido acompanhamento", e que esta quinta e sexta-feira, dias 8 e 9 de Novembro, médicos de outras especialidades vão dar uma ajuda no funcionamento do serviço de oncologia, excepcionalmente, garantindo as consultas e os tratamentos aos casos considerados prioritários.
Ainda segundo o presidente do CA, não foi possível ao hospital "antecipar este problema porque não havia oncologistas disponíveis para contratar em Outubro, uma vez que só terminaram os seus internatos durante esse mesmo mês".
"A nossa perspectiva de futuro é formar uma equipa residente de especialistas, sem ter que esperar para contratar profissionais à medida que se vão formando", disse ainda José Josué, adiantando que o Hospital tem já contratados três oncologistas que estão em formação noutras unidades hospitalares e que começam a trabalhar em Santarém à medida que forem concluindo os respectivos internatos.
Família de paciente tece elogios ao hospital
A família de uma doente oncológica que no final da semana passada viu os seus tratamentos interrompidos, devido à ruptura de stock do fármaco que lhe é ministrado, colocou a circular no Facebook um agradecimento especial ao Hospital pela forma célere como garantiu o fornecimento do medicamento, o Cisplatinium.
"Graças ao facto do hospital se ter mexido em vez de se conformar com a falta do medicamento no mercado, o tratamento atrasou-se apenas dois dias, quando inicialmente nem havia prazo para a reposição do stock", disse à Rede Regional Nuno Alves Ferreira, tio da paciente.
"Numa altura em que se diz mal de tudo e que as pessoas até parecem ter perdido a esperança, há que elogiar a sensibilidade e a forma muito humana com que a administração olhou para este caso e se desdobrou para conseguir o medicamento", acrescentou o familiar, sublinhando que "apesar dos cortes e dos constrangimentos, todo o serviço de oncologia continua a trabalhar com o mesmo empenho e a mesma dedicação que sempre lhe conhecemos".
Sobre esta questão, José Josué confirma que houve uma "ruptura pontual" de stocks do medicamento a nível nacional, e acrescenta que "houve algum esforço na procura junto de outros fornecedores menos habituais".
"Mas isto é o que fazemos sempre que somos confrontados com estas situações, não há propriamente nesta situação nada fora do normal", adiantou.