Com o objectivo de evitar o encerramento da actual escola do 1º ciclo, a Junta de Freguesia de S. Facundo, a Associação de Pais e o vereador dos Independentes pelo Concelho de Abrantes (ICA) vão avançar com uma providência cautelar.
Carlos Arês, vereador do ICA, está revoltado com a decisão e afirma que a população de S. Facundo e os órgãos autárquicos locais nem sequer foram ouvidos no processo.
“A lei diz que a Direcção Regional de Educação de Lisboa (DREL) deverá ouvir os intervenientes e isso não aconteceu”, afirmou à Rede Regional o eleito.
O despacho de encerramento foi publicado a 17 de Julho, mas só a 5 de Agosto chegou um fax ao Agrupamento de Escolas D. Miguel de Almeida a revelar a decisão. Ou seja, para Carlos Arês este hiato de tempo prejudicou a população e a comunidade porque impediu as gentes da freguesia de se “mexerem para tentar a inviabilização deste despacho”.
A Câmara Municipal de Abrantes diz não ter sido vista nem achada nesta decisão, segundo informação prestada pela presidente da Câmara Municipal na última reunião do executivo, mas Carlos Arês diz-se “revoltado” porque a autarquia já teria conhecimento da decisão da DREL.
Segundo a Carta Educativa do concelho, a escola de S. Facundo deveria encerrar quando o centro escolar de Bemposta estivesse concluído, mas Carlos Arês diz encontrar aqui incongruências.
Isto porque a Carta Educativa tem sete anos de existência, diz a lei que de cinco em cinco anos tem de ser revista e, a de Abrantes, ainda nem sequer iniciou o processo de revisão, explicou o vereador, adiantando que o documento prevê o suposto encerramento porque a escola, hà sete anos, tinha dez alunos, mas conta com 23 para o ano lectivo que se aproxima.
Ou seja, há “um número mais elevado do que os limites legais e nacionais para o fecho de escolas”, considera.
Na próxima semana, vai ser entregue uma providência cautelar no Tribunal Judicial de Abrantes que tem como objectivo contestar o despacho de 17 de Julho, por não cumprimento das normas legais.
“É uma providência que terá a Junta de Freguesia, a Associação e mais de uma centena de habitantes, individualmente. Eu estou a ajudar a compilar toda a documentação para dar entrada com o processo” informou Carlos Arês, acrescentando que “este não é um processo do vereador, é da população”.
A freguesia de S. Facundo é a única no concelho cujo executivo da junta de freguesia foi eleito pelo ICA.