Sex, 13 Setembro 2024

PUB

PUB

PUB

PUB

PUB

PUB

PUB

PUB

Siga o nosso canal de WhatsApp e fique a par das principais notícias.

Sem pudor nem reserva

VÍTOR CATULO, Cidadão Eleitor nº B-932

"Para quando uma política de proteção à família?", perguntou o Cardeal Patriarca de Lisboa na homilia de Ano Novo que proferiu no Dia Mundial da Paz. Referindo-se a "leis permissivas que não valorizam o aprofundamento dos seus valores constitutivos", o mais alto responsável da Igreja Católica em Portugal elencou ainda três factores que estarão a minar o equilíbrio familiar: uma carga fiscal penalizadora, o desemprego e a diminuição da natalidade "que põe em causa o futuro da comunidade humana".

Se a primeira referência das preocupações manifestadas por D. José Policarpo terão a ver com a posição filosófica e doutrinária da Igreja no que toca ao casamento entre pessoas do mesmo sexo e ao divórcio – de todos conhecida e que não se contesta – já a denúncia dos restantes factores instabilizadores da base do edifício social que é a família, são uma clara culpabilização das políticas económicas que têm sido seguidas por quem tem o dever de governar bem o País.

Os tempos estão difíceis, 2012 não deixou saudades e o que agora iniciamos traz perspectivas piores. Horas antes da mudança da folha no calendário, um "passeio dos tristes" por Santarém foi isso mesmo: triste e sem história. Privada das tradicionais iluminações de Natal, que sempre nos iam confortando o ego, a capital do Ribatejo apresentou-se vestida de escuro, fria, chuvosa e melancólica pontuada aqui e ali de alguns simulacros de festejos. Um quadro deprimente, elucidativo da crise que vivemos.

As pessoas vivem tensas, angustiadas e embora se troquem cumprimentos corteses e votos de Bom Ano, são notórias as dificuldades que amigos meus e conhecidos têm no seu o dia a dia. Paira uma nuvem negra sobre o futuro de cada um de nós e só uma engenharia financeira, muito cirúrgica, que teremos de fazer, evita o colapso e insanos cenários.

A Democracia está dormente, a demagogia é evidente e a Constituição há muito que foi suspensa!

Nesta conjuntura de pré-calamidade, não deixa por isso de ser pertinente refletir sobre o sentido e o alcance das palavras do Cardeal Patriarca. Há responsáveis pelo drama que estamos a viver. O lugar dos patifes é na cadeia a espiar o mal que fizeram a inocentes.

No "Eixo do Mal" do último sábado, Clara Ferreira Alves disse que a política não se faz na rua nem da rua, tal como já o dissera D. José Policarpo após a mega manifestação popular de 15 Setembro.

Espera-se de um responsável, que tem nas mãos o dever de zelar pela felicidade e bem estar de milhões de pessoas, um superior sentido de responsabilidade e seriedade e uma grande dose de humildade. O clérigo e a jornalista teriam razão se não vivêssemos num cenário de carência económica e de défice moral de uma certa classe política e onde os portugueses não tivessem sido chamados a fazer sacrifícios sobre-humanos para pagar os erros e condutas, com contornos criminais, de alguns.

Quando, porém, o Tribunal de Contas denuncia que os ministérios não reduziram despesas e se sabe que alguns membros do Governo, sem pudor nem reserva, tratam dos seus negócios privados, encapotados de assuntos de Estado, ostentando a sua vaidade e poder económico a uma Nação cada vez mais pobre e faminta de uma Justiça que tarda, é uma afronta vil.

Sou contra a caridadezinha que querem (re)instituir e aquela sensação, que há muitos anos não tinha de que se me seca o sangue, dá-me vontade de vir de novo para a rua e gritar "que é já tempo de embalar a trouxa e zarpar".     

Um Bom Ano para todos!      

Vítor Catulo

Cidadão eleitor nº B-932

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Notícias Relacionadas

PUB

PUB

PUB

PUB

PUB

PUB

PUB

PUB

PUB

PUB