Há um bom par de anos ouvi de pessoa amiga uma piada, curta e óbvia, como tantas outras que já todos ouvimos contar, conhecidas atualmente por “piadas secas”, sobre o dono de uma empresa que nunca tirou férias por recear que os seus empregados constatassem que ele não fazia lá falta nenhuma.
Entretanto, na semana que antecedeu o dia de ontem, primeiro domingo de maio consagrado pelos cristãos às mães de todo o mundo, passou pelo meu “feed” de notícias aqui da rede o “fac símile” de uma publicação com o título “A Mãe Desnecessária”. O texto, pois que de tal se trata, era dado como sendo de “autora desconhecida”, mas uma rápida pesquisa internáutica permitiu-me saber que terá sido redigido pela psicanalista brasileira, Drª. Marcia Neder.
Trata-se de uma análise que considero muito curiosa, assertiva e bem fundamentada. A (im)presença omnipotente a toda a hora e permanente da mãe superprotetora na vida e no crescimento dos filhos ou a figura do chefe supercontrolador, que eu trouxe aqui à colação nesta crónica por uma, talvez inexplicável, associação mental ganha corpo e tem-se como imperativo de sanidade intelectual e equilíbrio social à medida que se vai lendo o artigo.
Embrenhamo-nos na sua leitura e no final damo-nos a decifrar o estranho título a sugerir inicialmente outras leituras do corpo do artigo.
É quase impossível não se concordar com o que ali se explana e todos quantos me lerem conhecerão casos de autênticos desastres sociais e de insucesso laboral em consequência de uma “educação” inadequada dos filhos e da falta de “ferramentas anímicas” para eles fazerem face aos revezes da vida e aos escolhos da estrada que terão de calcorrear. Ferramentas que quem tinha obrigação de as dar não as deu.
Ninguém se deve arrogar que tudo sabe e da verdade absoluta ninguém é detentor. Tal como o livro “Inventem-se novos pais”, do Dr. Daniel Sampaio, o artigo “A mãe desnecessária” (palavra guia para motores de busca) é leitura recomendada para pais e filhos.