Reza a História militar, e por isso conhecida de poucos, que a ideia da Operação Overlord, mundialmente conhecida por Decisive Day, ou simplesmente the D Day – Dia D – que marcou, em 1944, o início do fim do III Reich sonhado por Hitler, teria nascido de uma conversa casual, ocorrida um ano antes, durante uma pausa para o almoço de mais uma reunião de “partir pedra”, a contabilizar derrotas, na sede do Quartel General das Tropas Aliadas, em Londres.
A conversa, segundo as “bocas de caserna”, entre o general americano Eisenhower (Ike) e o seu congénere inglês Bernard Montgomery (Monty), teria sido mais ou menos assim:
– Estamos a levar porrada todos os dias, Ike. Esse bronco do Adolfo tem tudo controlado. O tipo tem aquela geringonça da Europa do lado de lá toda armadilhada e a nossa malta só o que faz é levar na corneta todos os dias.
Porque é que não invadimos a França, pá? Talvez pela Normandia…
– Sim, acho que tens razão. Com a França, como está, não podemos contar de facto, Monty. Esses franciús de uma figa renderam-se aos boches! E pior: até os presidentes de câmara e os comissaires vão ao beija-mão dos sacanas e põem-se a dizimar os nossos partisans.
– Do De Gaulle, queres tu dizer- retorquiu Monty e acrescentou: – Por mim, se fosse 1º Ministro dos gajos até faria um referendo assim do gênero: querem os partisans ou preferem deixar correr o marfim e a Alemanha trata do resto?
– Sim, esse narigudo do De Gaulle tem essa rapaziada sob controlo mas só isso não chega. O homem lá vai inflamando uns discursos pela vossa BBC, mas apenas os maquisards o escutam. São tesos, esses maquis, vão rebentando com uns comboios e fazem estrondo, mas é pouco. Os Krupp estão sempre a repor as máquinas, não sei como fazem, e os boches continuam a dar cartas. E nós não fazemos nada?- perguntou Ike.
– Há uma solução- respondeu Monty, e acrescentou: – Chamamos os portugueses.
– Portugueses? Mas esses gajos não são espanhóis ou ibéricos ou lá o que é?- perguntou o americano.
– Não, não têm nada a ver com os espanhóis, Ike. A gente já os conhece há muito, às vezes são uns empatas do caraças, mas quando batem, batem mesmo. São tão rijos como imprevisíveis, os tipos!
– Estamos safos, então, é malta dessa que a gente precisa. Vamos pô-los a tomar conta da Europa e depois se verá. Para já vamos definir um dia para a invasão: 10 de Julho, achas bem?
– Sim, acho muito bem- concordou Monty.
E após esta conversa, dizem os antigos, ambos os generais foram ao gabinete de Winston Churchill que, após ouvir aquele brilhantíssimo plano que mudaria a História, berrou colérico:
– Mas vamos pôr esses tais dos tugas a invadir pela Alemanha ou pela França adentro, não me dizem?
Entreolhados e cabisbaixos, Monty e Ike não souberam responder.
Até hoje permanece o mistério.
Uma resposta
Tenho de reconhecer que tem sentido de humor.
Parabens.
Francisco