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Ser jovem na atualidade…

Susanaveigabranco01

Susana Veiga Branco

Amigos leitores, tirando os meus filhos e mais alguns leitores jovens que tenho, os restantes já não serão jovens, mas já foram. Muitos hão-de ter filhos crianças, filhos adolescentes e filhos adultos, netos, sobrinhos, afilhados, enfim, o que hoje lhe trago e que quero dizer é que atualmente ser-se jovem é algo muito diferente do que já foi. E dir-me-á: “Claro, os tempos vão mudando”. E tem toda a razão. Os tempos mudam, as premissas e esperanças são hoje diferentes e o acesso a tudo é outro. Nada de novo, eu sei.

E nesta fase da vida, a chegar aos quarenta e quatro, já pouco me deveria surpreender e incomodar, até porque tento sempre ver os vários ângulos da questão e ser ponderada MAS afinal ainda há o que me tire do sério.

Imagine o leitor que vinha eu a conduzir e deixei a Rádio ficar na frequência que os meus filhos gostam de ouvir, nacional e conhecidíssima, não vou mencionar qual, como compreende. A menina ou senhora – sei lá – que fazia emissão, muito energicamente, apelava a que os jovens comprassem bilhetes para um evento sobre jogos no Altice Arena – Eurogamer Portugal Summer Fest. Tudo certo, até porque não se vive do ar e sabemos que a publicidade paga o trabalho. Agora, o que me levou ao rubro é que essa mesma pessoa disse, e passo a citar: “Não percam a oportunidade. Despachem-se a reservar bilhete E SE NÃO TIVEREM DINHEIRO NÃO HÁ PROBLEMA; PEÇAM DINHEIRO AOS PAIS E DEPOIS PAGAM-LHES EM PRESTAÇÕES!”.

Não, não admito, não é assim que funciona, não é assim que se criam filhos e se preparam filhos para a vida, a não ser para ficarem dependentes para o resto da vida. Primeiro, senhora locutora, os filhos ganham e/ou poupam dinheiro, para depois poderem comprar o bilhete ou o que for, e com o consentimento dos pais. Não se diz abertamente numa Rádio, que ainda por cima é um ponto de referência para quem a ouve e sobretudo para jovens adolescentes em formação que tudo é fácil de conseguir e que depois se resolve, adiando a desfecho.

Para além disso, sugiro que aprenda a falar antes de ir trabalhar na Rádio, porque em vez de prestações disse “prestÁções”. Isso não existe no dicionário português. Sotaques à parte ou seja lá o que for, quando se trabalha para outros ouvirem, há que pensar que se está a transmitir uma ideia e muitas vezes a formar modos de pensar, sobretudo quando o target para o qual se trabalha é jovem e esponja ávida de conhecimento que transforma em ações.

Dia 1 de junho é o Dia da Criança, como sabemos. Desejamos sempre que as nossas crianças cresçam saudáveis, inteligentes, que desenvolvam o seu sentido crítico e que se tornem adultos responsáveis, que sejam independentes e felizes. Fazemos tudo por elas e não nos arrependemos, porque é com todo o nosso amor que as pomos em primeiro lugar e as orientamos, tal como há muitas vezes que chamar a atenção e que dizer “não”. Há então também a necessidade de nos insurgirmos contra episódios destes que contei aqui e não sermos coniventes com eles, porque ser jovem na atualidade é sim diferente do que já foi e será diferente também no futuro, mas há uma ética, regras e modos de estar fundamentais transversais a todos os tempos…

 

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