Pleno verão; cheira a festas nas nossas terras, cheira a frango assado e a rifas, a docinhos e a música, cheira a procissões e fogaças em tardes de calor, cheira a bailarico, foguetes, gente e animação; cheira a alegria, mas também a muito trabalho que cada freguesia e grupo de trabalho têm para compor estes cenários, angariar fundos e sobretudo para criar felicidade.
Graças a pessoas empreendedoras e motivadas, que não desistem mas que sim, resistem, temos pessoas que com o seu trabalho contribuem para que estes eventos sejam o cumprir da tradição, traduzidos em sucessos anuais renovados.
Voluntários que dão de si e do seu tempo, participando ativamente, envolvendo-se e auxiliando-se, por amor às suas terras, conseguem obter resultados fantásticos.
Quando falamos em festividades e eventos típicos, falamos em tradição, falamos na transmissão de costumes, comportamentos, memórias… falamos de uma cultura importantíssima a preservar, valores que perduram no tempo, mantendo vivas as características de cada terra, de cada região e do nosso País.
Mas um dos grandes desafios que se colocam a todas as Associações e Comissões de Festas, atualmente, é a própria sobrevivência. Com as dificuldades económicas há uma tendência convergente para reduzir os investimentos e os consumos nestas festividades, verificando-se uma redução também na participação e nos lucros.
Mas as festividades caracterizam as comunidades e distinguem-nas umas das outras. Conferem-lhes uma identidade própria. Fazem parte da memória coletiva de um povo, que com paixão as vive e nelas convive. Para os nossos emigrantes têm um sabor especial, uma doçura de voltar à sua terra e família; para os que cá estão tanto bom é a festa como a expetativa do seu chegar: “Está quase a festa!”; “Venham à festa!”; “É este fim de semana a festa!”; para os turistas um valor e atração sem fim, que buscam e encontram o calor destes eventos.
Alma de um povo traduzida em cheiros, sons, energia que não se sabe de onde vem mas que se sente. Quando há festa, é lá que se quer estar, como se de tantos lugares para estar aquele fosse o acertado. Isto não se explica, sente-se, independentemente de classes etárias ou económicas, independentemente de tudo.
Há uma criação de valor nas festividades das terras que supera o explicável, porque sabe a singular e a extraordinário, porque nos arrepia e nos toca fundo na alma…