Sex, 13 Setembro 2024

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Ainda a desigualdade entre géneros…

Susanaveigabranco01

Susana Veiga Branco

Não poderia deixar passar ao lado, este mês, o Dia internacional da mulher – 8 março e as suas inter-relações, não retirando ao homem todo o mérito que tem, não é esse o objetivo. Historicamente, este dia e data estão associados a dois fatos históricos: uma manifestação de operárias do setor têxtil nova-iorquino em 8 de março de 1857, ocupando uma fábrica em protesto contra as más condições de trabalho. A manifestação foi reprimida com extrema violência, sendo as operárias trancadas dentro do prédio, que foi incendiado, morrendo cerca de 130 mulheres; o outro acontecimento foi também um incêndio noutra fábrica, na mesma data e na mesma cidade.

Passado tanto tempo, porque é que ainda se fala em direitos da mulher e o que vem a ser isto de igualdade de género? Ainda faz sentido na sociedade atual e no nosso País, onde por exemplo os Doutoramentos realizados em Portugal ou reconhecidos por universidades portuguesas são de 1.205 para homens e de 1.463 mulheres – dados de 2013?

Parece que sim, porque as Desigualdades continuam, cá e em todo o mundo, passando por âmbitos fulcrais como a educação, trabalho, capacidade, violência, vulnerabilidade feminina, etc, etc. As oportunidades nem sempre são as mesmas e a Igualdade de género, a equivalência social entre homem e mulher nem sempre se verifica. Não é a minha perceção, não sou feminista radical nem pretendo extremismos; são dados por exemplo do Relatório do Fórum Económico Mundial sobre as desigualdades sociais e políticas.

Diversos organismos internacionais definiram também a igualdade entre sexos como relacionada com os direitos humanos, direitos da mulher e ao desenvolvimento económico. A UNICEF define a igualdade de géneros como “assegurar que todas as crianças tenham oportunidades iguais de desenvolver os seus talentos”. Temos assim o foco iniciando na criança.

Portugal melhorou a sua posição no Índice Global das Diferenças de Género, do Fórum Económico Mundial. É o 39º em 142 países, sendo que os Países nórdicos são os mais igualitários, estando em primeiros lugares a Islândia, Finlândia, Noruega, Suécia e Dinamarca. Mali, Síria, Chade, Paquistão e o Iémen são onde as diferenças entre homens e mulheres são mais acentuadas.

A população residente em Portugal em 2011 era de cerca de 10,56 milhões, sendo a feminina cerca de 5.515.6 e a masculina 4.940,8. Portugal continua a ser um País com mais mulheres que homens – 92 homens por cada 100 mulheres. Contrariamente a este número, por exemplo o peso das mulheres na administração de grandes companhias é de apenas 12% e só 21% das posições ministeriais são ocupadas por mulheres. Se formos para o domínio dos legisladores, altos funcionários e gestores, 35% são mulheres e 65% homens.

No entanto, estima-se que caso o ritmo das transformações continue idêntico, 81 anos é o tempo necessário para que o mundo corrija a diferença e haja igualdade. Este é um processo lento e irregular. Enquanto dura, assistimos à partida de talentos para outros Países; das artes às ciências, lá fora é só prémios, cá dentro desemprego ou atividade não correspondente às qualificações, na maioria dos casos. A realidade é que na Agenda 2030 das Nações Unidas, um dos 17 pontos do Millenium Development Goals é precisamente a promoção da Igualdade de género. Continua-se, assim, a falar no tema, mas a estratégia ainda não parece adequada, sobretudo porque muitas mentalidades ainda estão fechadas para uma vida feminina que não tenha um percurso equivalente a tratar da família e ponto – “O lugar da mulher é em casa” ainda se pensa e diz frequentemente. As metas tornam-se mais difíceis de alcançar, o mercado de trabalho ainda não está adequado às mães trabalhadoras, que se desdobram para não falhar, ou que ainda optam por apenas família ou carreira.

Se pensarmos na igualdade de género, não é ela fundamental para uma sociedade onde o ser justo de igual modo leva ao equilíbrio do desenvolvimento social, à construção de um mundo mais desenvolvido?

A mulher esgaravata a vida como se esta lhe estivesse a escorrer das mãos, na defesa daquilo em que acredita. Nesta sabedoria, coragem e persistência é base e pilar. Não deveria haver espaço para discriminações ou exclusões.

Não falo apenas de auto realização profissional ou pessoal, falo da mulher que é a nossa mãe, da mulher que é a nossa filha, que quer ter uma história para contar e que merece mais que um tributo, merece Respeito e o direito a um percurso de vida de acordo com os seus ideais, sejam eles ser dona de casa ou ter um alto cargo profissional, com maiores ou menores qualificações, não interessa, mas que possa optar de igual para igual!  

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