Dom, 18 Maio 2025

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Uma pedrada no charco

SANTANA-MAIA LEONARDO, Advogado

Hoje não há ninguém que não esteja escandalizado com a aquisição pela Câmara de Abrantes de trinta oliveiras por 60 mil euros. Acontece que, durante este mandato, eu e Belém Coelho denunciámos coisas muito graves e muito mais prejudicais para o concelho e para os contribuintes, como se pode constatar da leitura do livro “Amar Abrantes, o nosso ConSelho” que publicámos recentemente, e que acabaram por não ter o impacto na opinião pública das trintas oliveiras.

E a razão é fácil de perceber: as trinta oliveiras saíram no Correio da Manhã. Ou seja, bastaria não terem sido notícia no Correio da Manhã e seria como se a compra não tivesse ocorrido.

Importa, no entanto, analisar o processo até à divulgação da notícia para perceber o que falta nos municípios portugueses, sobretudo nos municípios do interior, para acautelar que este tipo de procedimentos camarários ocorra com demasiada frequência.

A informação relativa à compra das oliveiras começou por ser noticiada pelo blogue "Cidadãos por Abrantes" e foi-me transmitida pelo munícipe Artur Lalanda. A informação colheu-me de surpresa porque eu tinha a certeza de que a aquisição não tinha passado pela reunião de câmara, a não ser que tivesse passado bastante camuflada e pela “porta do cavalo”, como sói dizer-se, uma vez que nem eu, nem Belém Coelho, a deixaríamos passar sem nos opormos e sem a denunciarmos. Em todo o caso, remetia-a ao Belém Coelho que acabou por confirmar o que eu pensava.

Decidimos, por isso, pedir esclarecimentos na reunião de câmara seguinte até porque nos parecia escandaloso o silêncio sobre esta aquisição quando a Câmara tinha enchido a cidade de cartazes para anunciar os 50 mil euros do programa do Banco Social. Finda a reunião, divulgámos a informação, como sempre fazemos, no nosso blogue “Amar Abrantes” e através de mail.

Tendo lido o nosso mail, o jornalista da Rede Regional e do Correio da Manhã interessou-se pelo assunto, entrou em contacto comigo e puxou o fio à meada. E ficámos todos esclarecidos sobre o motivo da aquisição das oliveiras por aquele preço que é, nada mais, nada menos, o motivo do costume.

Mas deixemos o escândalo e centremo-nos no processo.

Quantos órgãos de comunicação social existem no concelho? E quantas organizações partidárias existem? Algum deles se interessou por fazer esta investigação ou por denunciar esta situação? Estou a falar do antes e não do depois. Depois é fácil mostrar indignação.

Ora, não fosse um blogue anónimo, um munícipe interessado, dois vereadores interventivos que se recusam a fazer figura de corpo presente e um jornalista a sério e nada disto tinha vindo à luz do dia.

A campanha eleitoral está aí à porta e certamente estas coisas vão ser esgrimidas, durante os próximos dois meses, para depois voltarem, de novo, a ser esquecidas. Mas é bom também não esquecer, nesta hora, a tentativa frustrada do PSD local para silenciar o nosso blogue e impedir-nos de divulgar por mail as nossas intervenções, o que provocou, como é do conhecimento público, a nossa ruptura com a concelhia. Bastaria que tivéssemos cedido, nesse momento e sob a pressão de uma Assembleia Concelhia expressamente convocada para esse efeito, para que nada disto viesse a lume para tranquilidade do PS e do PSD local, as duas almas gémeas.

Em todo o caso, os munícipes podem estar descansados que, em breve, o charco de Abrantes voltará a gozar da habitual tranquilidade das águas estagnadas. Com a minha saída e de Belém Coelho do executivo camarário, o que acontecerá em Setembro, estou absolutamente convencido de que Abrantes regressará de novo à paz do Senhor.

Ou melhor, à paz das Senhoras.

Santana-Maia Leonardo

Advogado

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