O cântico dos Super Dragões em que utilizaram a tragédia do Chapecoense para atacar o Benfica foi sobretudo uma manifestação de ultra-estupidez não só pela falta de sensibilidade revelada mas sobretudo porque era um daqueles casos mais do que evidentes em que o único clube que iria sair maltratado com a brincadeira era o clube dos Super Dragões: o FC Porto. Em todo o caso (é bom não esquecer), não foram os Super Dragões os causadores da queda do avião do Chapecoense.
Relativamente ao cântico da claque do Benfica em que festejaram o very-light que assassinou o adepto do Sporting no Jamor, estamos noutro patamar de gravidade porque já não se trata apenas de uma brincadeira de mau gosto. Com efeito, neste caso, o que a claque do Benfica celebra é um assassinato cometido por um elemento da própria claque, enquanto membro da claque e durante um acontecimento desportivo em que a claque participou e interveio. Ou seja, para além de não mostrar o mínimo de respeito pela dor da família da vítima e pela sua memória, a claque do Benfica não só não demonstra a mais pequena ponta de arrependimento como faz questão de manter vivo este caso, mais de 20 anos depois, não para servir de exemplo para não se repetir mas para o festejar e celebrar, fazendo a apologia da mão assassina.
Com a agravante de ser reincidente: o ano passado colocou uma tarja a festejar o aniversário do assassinato e agora repete o cântico em dois jogos seguidos. Parece-me que já vai sendo tempo de alguém lhes ler a cartilha…
Quanto maiores são os clubes, maior devia ser a sua responsabilidade e a sua preocupação no exemplo que transmitem… Mas, em Portugal, já todos percebemos que, com Águias, Leões e Dragões, o nosso futebol está entregue aos bichos, sendo as televisões e os jornais desportivos portugueses o habitat natural desta bicharada.