Ter, 21 Janeiro 2025

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O Sexo dos Anjos

pedro mendonca

Pedro Mendonça

Nas últimas eleições autárquicas todos os partidos prometeram uma auditoria à Câmara Municipal do Cartaxo dada a sua falência técnica e dada a sua dívida de quase 70 milhões de euros, sem obra que a justifique.

Em eleições todos prometeram ir procurar para onde foi afinal o nosso dinheiro. No entanto, volvidos mais de seis meses, assiste-se sobre este assunto a uma discussão sobre o sexo dos anjos, talvez com o intuito de não haver auditoria nenhuma.

Do que li e ouvi o que mais me admirou, foi o facto, de o Movimento Varanda (no poder até Outubro último) pedir uma auditoria isenta, apartidária e independente, ao mesmo tempo que também pede a presença de um elemento de cada partido numa comissão de acompanhamento da dita auditoria, ora isto é grotesco, na realidade trata-se de uma proposta de colocar a raposa como guarda do galinheiro. Uma auditoria a atos políticos condicionada por políticos é na realidade algo que só lembra ao ex-presidente Paulo Varanda.

Afirmar, como afirmou PSD e BE que a auditoria deve ser feita pelo Tribunal de Contas ou pela Inspeção Geral de Finanças é a meu ver outra incongruência, essas entidades verificam apenas a legalidade ou não de procedimentos. E para estes partidos já estava tudo feito, por aqui ficava a auditoria, veria a legalidade ou não dos procedimentos. Propor algo tão minimal só pode significar a velha máxima: Tudo tem de mudar, para que tudo fique na mesma.

Uma auditoria séria tem de ser financeira, informática e administrativa e só uma firma especializada a pode fazer, pois esta auditoria não pode ser feita aleatoriamente, pedindo este ou aquele processo, este ou aquele documento. Tenho como certo que dado o previsível desaparecimento e destruição de muitos processos, é necessário um levantamento exaustivo de contas, procedimentos, créditos, débitos, movimentos de tesouraria; é necessário relacioná-los entre si e só especialistas em auditorias o conseguem realizar, com o Know-how de muita experiência adquirida e de modo a encontrar o rasto de documentos desaparecidos e o fio da meada de muitos processos, que podendo ser legais podem ajudar a perceber eventuais processos ilegais e ou gestão danosa.

Também dizerem que querem uma auditoria feita pelo Tribunal de Contas e Inspeção Geral das Finanças quase desde o 25 de Abril no caso delirante de Paulo Varanda ou de 2000, no caso do PSD e BE é a meu ver outra asneira, então pedem uma auditoria a estas entidades e ao mesmo tempo desvalorizam as inspeções feitas por essas mesmas entidades entre 2000 a 2008? Parece-me o continuar da discussão do sexo dos anjos.

Por outro lado e talvez porque sai sempre bem na comunicação social, todos indicam vários processos a serem auditados, mas a maioria dos processos indicam, já foram inspecionados pelo Tribunal de Contas através do visto prévio e da candidatura a fundos. Nestes processos o que interessa é o Executivo e a Assembleia Municipal fazerem o seu dever, acompanharem o desenrolar dos mesmos e sem demoras renegociarem o que foi mal negociado, denunciarem o que não foi cumprido e caso seja necessário, avançarem para os tribunais, como por exemplo é o que acho que deve acontecer com o dossier das águas.

É nos ajustes diretos feitos a amigos, que as manigâncias terão sido sempre feitas e não nos concursos públicos internacionais que os partidos apontam, e é nesses ajustes diretos que estará a dívida, é nessas eventuais negociatas de trabalhos não feitos, mas pagos que encontramos muito do mal que a gestão de Paulo Caldas e Paulo Varanda fez às contas municipais, é nas faturas dentro de caixotes e não registadas, é nos documentos destruídos e esses, nenhum Tribunal de Contas ou Inspeção Geral de Finanças vão mexer, porque os desconhecem, porque não há registos.

E é aí que entra o Know-How de uma firma especializada, é esse trabalho de detetive que só especialistas podem fazer, só uma firma externa poderá desfiar esta meada.

Esta discussão sobre o sexo dos anjos não pode continuar, porque a culpa não pode morrer solteira, porque existe uma dívida de perto de 70 milhões de euros sem que se veja obra nesse valor e porque negociar ou renegociar com o Estado Central e a Banca é totalmente diferente, caso a Câmara Municipal do Cartaxo avance com a casa limpa e os culpados encontrados, ou avance para a negociação mais uma vez escondendo o lixo debaixo do tapete.

Algum dia saberemos onde foram gastos os 70 milhões de euros ou continuaremos a discutir o sexo dos anjos?

Pedro Mendonça

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