Que um resgate financeiro é o futuro inevitável do município do Cartaxo, já todos os que analisaram as contas da Câmara tinham consciência. A grande questão é saber que tipo de resgate será implantado às autarquias descontroladas e inconscientes financeiramente, como é infelizmente a nossa.
Não nos esqueçamos que o caciquismo instalado nas piores Câmaras do país é uma força política pronta a demonstrar o seu valor, verdadeiro sindicato de voto afirma tudo, e o seu contrário. Que negociação haverá no núcleo de decisão dos resgates financeiros? Será um processo claro ou servirá apenas para perpetuar no Poder aqueles que nunca lá deveriam ter estado.
Também todos sabemos que não existem almoços grátis e que o que chamamos de resgate, trata-se na realidade de uma gigantesca operação financeira que acarretará por certo juros e sabemos por experiência própria que quem os pagará seremos nós, o que não se pode estranhar, pois fomos nós que elegemos os piores para nos governar.
A astronómica dívida da Câmara do Cartaxo tem credores pequenos, médios e grandes, veremos se a velocidade de pagamento introduzida, será igual para o tubarão que construiu o Parque Central e para o pequeno fornecedor com a corda na garganta. Veremos se autarquia, governo e tróica conseguem levar a sem vergonha até ao fim, e em consonância com o que tem acontecido no país privilegiarão os que sempre foram privilegiados.
Que um resgate financeiro é o futuro não existem dúvidas e que tal facto não é acontecimento pequeno ou alegre na História de uma comunidade também julgo não existirem dúvidas.
Estamos pois num momento em que, ou passamos uma borracha por cima de toda a incompetência e gestão danosa de algumas autarquias como a do Cartaxo, de uma forma inconsequente, permitindo que tudo mude para que tudo fique na mesma, ou pelo contrário aproveitamos esta crise, transformando-a em oportunidade de limpar a casa e as contas, com ética, transparência e pensando nas pessoas.
Estou convicto que para existir uma verdadeira mudança com o resgate financeiro, há também que mudar os protagonistas, não serão Alberto João Jardim ou Paulo Varanda que imprimirão reais mudanças. Não podem ser os alienados que nos trouxeram até aqui, que nos vão salvar deles próprios.
Pedro Mendonça
Cidadão do Mundo, Cartaxeiro e tudo