Há cerca de um ano o PS venceu novamente as eleições para a autarquia no Cartaxo. Prometeu “fazer Bem”, descartou das suas listas a maioria da clique de Paulo Caldas e Paulo Varanda, que acabaram maioritariamente numa lista independente e prometeu moralizar e arrumar a Câmara Municipal.
Sem maioria e sem nenhum eleito à sua esquerda, o presidente Pedro Magalhães Ribeiro teve um primeiro ano de mandato em que além do melhoramento do clima democrático e do retirar do véu de suspeição geral que cobria qualquer ato camarário, não devolveu a esperança aos cidadãos nem apresentou um rumo para o futuro do concelho.
Dou nesta crónica o exemplo de duas importantes questões em que tudo continua como dantes: água e auditoria.
Na questão da água, do seu aumento e da sua concessão a privados, acabou enredado num processo que parece continuar a desconhecer ou não se diria surpreso pelo aumento da água previsto. Tivesse Pedro Magalhães Ribeiro estado atento ao que os antigos eleitos à esquerda do PS afirmaram durante os últimos anos e talvez tivesse poupado este ano de parado, paradinho e quieto nesta questão, bastaria ler a Rede Regional para saber que como aqui escrevi – A Grande Mentira – a água iria aumentar após as eleições autárquicas. Neste importante dossier, ainda nem sequer um laivo de solução existe. E quem continuará a pagar será o cidadão.
No apurar de responsabilidades sobre o facto de o Cartaxo ser uma das mais endividadas Câmaras do país, o presidente no seu discurso de tomada de posse, afirmou claramente ir avançar para uma auditoria externa à autarquia – Pedro Ribeiro quer fazer auditoria externa à Câmara – mas a realidade é que da auditoria nem sobra existe e mais uma vez são os cidadãos que com as taxas máximas de impostos estão a pagar o descalabro das contas municipais.
Já aqui escrevi antes que à aparente transformação que se vive, continua a faltar um verdadeiro conteúdo de mudança e a verdade é que enquanto não existir auditoria as mudanças são apenas aparentes e o perigo que tudo fique na mesma é real, os eleitores podem ter dado o mandato para mudar e os mandatos podem afinal conservar a impunidade dos anteriores governantes impedindo com isso a esperança num futuro melhor.
Sem maioria e sem eleitos à esquerda do PS e de Pedro Magalhães Ribeiro, fica claro que não se pode contar com Paulo Varanda ou com o PSD, sem maioria PS a responsabilidade nas questões que apontei são também dos eleitos da direita e dos populistas. Entretanto pagam os cidadãos.