O mundo muda. O mundo está a mudar. O país vai mudar, não sei se para melhor, mas vai. As pessoas estão a mudar, não sei se para melhor, mas vão mudar, nem que sejam impelidas pelo país que vai mudar, ou pelo mundo que está a mudar.
As pessoas já não estranham as constantes transformações que estão a ocorrer no planeta, desde alterações politicas, a alterações climáticas, transformações sociais, ou mesmo mudanças económicas. O mundo está a mudar, mas não por cá.
O que não muda mesmo é o país, com o seu parasitismo financeiro e corrupto de governantes, bancos e demais especuladores financeiros, a quem a população tem dado carta-branca para roubarem à vontade muitos milhões, enquanto o comum português olha de soslaio para quem é dependente das migalhas de um sistema de apoio social em ruptura total.
Os casos sucedem-se… Portucale….BPN….Sucatas….Submarinos….e outras tantas trapalhadas. Impolutos. Todos. Sem culpados não existe crime, não existe desonra, não existe corrupção. Sem culpados são todos inocentes e as trapalhadas sucedem-se.
Na política o ambiente é semelhante. Depois de um Barroso que “deu à sola” para outras paragens, veio um Lopes, que “escorregou” e chegou a primeiro-ministro, depois um Sousa, que só queria estar "porreiro, pá” e depois um Coelho, que…. Enfim vocês sabem….
São muitos anos, sem nada mudar nas pessoas, que continuam a dar carta-branca a estes governantes e a achar que tudo vai ficar bem. Tal como na Grécia, o povo continua a ser, já dizia Miguel Torga, “socialmente, somos uma colectividade pacífica de revoltados”.
Reclamam, dizem mal, emitem impropérios, mas no entanto fica tudo na mesma, uns encolhem os ombros e riem-se timidamente, como que a antever a próxima traição cometida por aqueles que os deviam defender, outros emitem gritos lancinantes de um saudosismo podre e mal cheiroso, que mata, ofende, humilha e manipula.
Uns e outros estão manietados, educados e controlados, por esta força, quais “palas de uma mula”, que tudo condiciona e nada mais deixa antever que não a mesma corrupção, o mesmo encolher de ombros, a mesma subordinação.
E para quando a insubordinação? Estaremos porventura à espera que nos cortem os ordenados? Ou que nos cortem os subsídios de férias ou de natal? Estaremos à espera que proíbam as nossas reformas? Ou Estaremos à espera que acabem com a nossa escola pública e com os nossos hospitais públicos?
Os próximos tempos também eles vão ser de mudanças em Portugal e na Europa, com o segundo resgate a chegar presumivelmente no Verão, o primeiro de Espanha mais ou menos na mesma altura e o terceiro Grego, antes do final do ano. Com a mais que presumível expulsão da Grécia do Euro e com um novo governo ainda mais “Merkalizado” cá no burgo com a liderança de um qualquer Ministro da Finanças.
Depois….Tudo pode acontecer….Sairmos do euro também….Termos eleições que mudem alguma coisa….Ou ficar tudo na mesma e com os mesmos.
O mundo muda. O mundo está a mudar….
Paulo Cristiano Marques
