Dos resultados eleitorais de 29 de Setembro resultam um conjunto de conclusões óbvias e margem de reflexão suficiente para quase todos os tipos de leitura.
A conclusão mais óbvia é que o Partido Socialista é o grande vencedor das eleições no distrito de Santarém: não perdeu nenhum Município, recuperou três, Salvaterra de Magos, Entroncamento e Tomar e venceu na Chamusca.
Outra das conclusões possíveis é que a abstenção, brancos e nulos ganham a todos, e que brancos e nulos foram o suficiente para fazer disparar todos os alarmes. Mas, mais do que perder tempo a encontrar uma razão para a grandeza destes números, quanto mais não seja porque há evidentemente razões diferentes entre Cardigos, Barrosa, Arrouquelas e Granho para as pessoas terem votado em branco ou nulo, é preciso ganhar tempo, alterando a forma de exercício de posição e oposição e concentrando as políticas no essencial.
Aos autarcas, forças políticas e movimentos de cidadãos exige-se capacidade de construção de pontes de entendimento e não muros de divergência. Abertura ao debate e processos de decisão participados. Os órgãos autárquicos tem de se constituir como alavancas de desenvolvimento e redes de segurança dos cidadãos, sejam individualmente considerados ou devidamente organizados em representações de interesses coletivos.
Os tempos são de fomento de participação, de tolerância no exercício do poder e de espírito crítico construtivo nas oposições.
Cada um de nós tem uma interpretação dos resultados e da vontade popular, todos nós teremos de ter uma certeza! Ninguém perdoará mais arrogância, mais falhanços, mais politiquice, mais partidarites cronicas.
O desafio é duro e brutal, mas chegados a 2017 temos de reduzir pelo menos 25% da abstenção, brancos e nulos. Se o conseguirmos prevaleceu o essencial, se falharmos…está em risco a democracia, pelo menos nos moldes que a vivemos nas ultimas décadas.
Vale a pena pensar nisto.
Nuno Mário Antão