#gostodeportasvelhas assim como gosto da Europa, da velha e no entanto actual ideia de Europa unida, promotora de paz, tolerante, integradora, amiga do ambiente e do desenvolvimento sustentável, onde as pessoas são o objectivo da agenda política.
Para assinalar os sessenta anos dos Tratados de Roma, Jean-Claude Juncker, e a Comissão Europeia, desafiam-nos a sonhar o futuro da Europa a 27, através de um Livro Branco com cinco cenários para 2025: “carrying on”; “nothing but the single market”; “those who want more do more”; doing less more efficiently” e; “doing much more together”.
A ideia de perguntar, em jeito de desafio em vez de apresentar conclusões é conceptualmente interessante, não termos vias unidas de desenvolvimento, promove integração e gera sentimentos de posse, o que como bem sabemos fortalece os projectos e o futuro, a Europa hoje não é das pessoas, não é um sonho de paz, de prosperidade, de segurança e proteção social. Entregues a essas entidade míticas conhecidas por “mercados” temos delapidado o nosso melhor: as pessoas!
Uma Europa sem a força dos milhões de europeus e de outros tantos “estrangeiros” nunca será mais que apenas mais um nome de um continente e uma ideia porreira dos seus fundadores e nesta caminhada para a Cimeira de Roma de 25 de março terá de forçosamente incluir as pessoas, tornar a narrativa amiga da compreensão popular e abandonar a linguagem técnica e demagogia populista do medo.
Obviamente que a Europa pode ser um pouco de tudo para o qual somos desafiados, uma continuidade, um mercado único, ser mais eficiente e toda junta fazer muito mais! Sem perder o sentido de justiça e equidade de uma organização que não pode tratar da mesma forma a Alemanha e Portugal, nada de estranho há em ter uma Europa a várias velocidades, com menos soberanias nacionais e mais competências europeias, seja na defesa e segurança, no desenvolvimento sustentável gerador de emprego, claro está, ou na proteção social dos mais desfavorecidos e desprotegidos.
Debater o futuro da Europa é reflectir também sobre o futuro de Portugal sem preconceitos ou dogmas, a nossa afirmação não se faz insistindo na construção de um mundo com fronteiras, com muros e sem pessoas.
Os desafios da liberdade, igualdade, fraternidade, assim como os a solidariedade, justiça e sustentabilidade não podem ser vistos pelo retrovisor, enfrentam-se como o caminhante faz o caminho.