Saudemos esta nova forma de pensar a gestão do território da região e das necessidades de quem aqui vive. O planeamento estratégico do modelo de desenvolvimento da região deixou de ser um conjunto de estratégias individuais de cada município. Os autarcas dos 11 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) estão unidos e apostam num plano intermunicipal que permite pensar a região como um todo.
No passado dia 7 de março, foi assinado o protocolo para a elaboração do Programa Territorial Integrado (PTI) "Lezíria 2020". Este projeto vai definir a estratégia de desenvolvimento integrada para um território de mais de 4200 km 2, onde vivem 240 mil pessoas desde Porto Alto (Benavente) à Aldeia do Arripiado (Chamusca).
São comunidades com identidades próprias, com vivências particulares, diferentes índices de desenvolvimento, mas todas têm a ganhar com este novo modelo de planeamento e gestão do território. Também aqui a “União faz a Força”
Na região, temos vários exemplos, com origem na Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, de que é possível fazer mais, gastando menos. Os projetos intermunicipais têm permitido aproveitar melhor os fundos comunitários e criaram economias de escala na compra de combustíveis, seguros, telecomunicações, entre outros bens e serviços com poupanças muito significativas.
E é disto que o país precisa. Não podemos continuar com a política de gestão de cada município como se fosse um território isolado, independente e sem relações com os municípios vizinhos. O tempo é de crescer juntos para ganhar dimensão, ganhar massa crítica e ganhar recursos.
O Programa Territorial Integrado (PTI) "Lezíria 2020” envolve 19 entidades. Para além dos 11 municípios, estão presentes as instituições decisoras nas várias áreas da vida coletiva, as associações de agricultores e de empresários, e os sindicatos. Todos juntos para pensar e incrementar o modelo de desenvolvimento para a região até 2020. E já só faltam sete anos.
Estamos num momento decisivo para o futuro desta região e de Portugal. Este novo modelo de planeamento terá de ser adaptado às exigências do novo quadro comunitário (2014-2020). Vai haver redução das comparticipações financeiras e maior exigência na aprovação das candidaturas. Não voltará a haver financiamentos para campos relvados ou rotundas mirabolantes. O sucesso das candidaturas e a boa aplicação dos fundos em áreas como a reabilitação urbana, educação, formação de trabalhadores e desenvolvimento económico, será determinante para ajudar Portugal a sair deste marasmo e a começar a construir o futuro das novas gerações.
Uma palavra de gratidão para os presidentes das 11 câmaras da Comunidade Intermunicipal, para o Secretário Executivo, Dr. António Torres e para toda a sua equipa de colaboradores que têm sido um exemplo no país de que é possível fazer mais e melhor, quando se rentabiliza as ferramentas e os meios que estão à nossa disposição. O interesse de uma comunidade é muito mais que o somatório dos interesses individuais de cada município.
Nelson Silva Lopes
Eleito independente na Assembleia Municipal de Benavente