Qui, 12 Dezembro 2024

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Férias, tempo de balanço

jose carlos antas

José Carlos Antas

Estamos de novo em tempo de férias, pelo menos para uma grande maioria dos portugueses. De facto, o Agosto é quase por imposição o mês mais “utilizado” para descansarmos das rotinas e cansarmo-nos com as férias. Mas também deverá ser o período indicado para fazermos um balanço do que correu melhor e pior ao longo do ano laboral e letivo. Na minha opinião, existem dois momentos destes durante o ano: um é o final do ano no calendário e o outro é o mês em que interrompemos a nossa atividade para gozarmos o maior período das nossas férias.

Nesses períodos devemos, em família ou connosco próprios, fazer um balanço do que foi realizado e estabelecermos novas metas a atingir. Traçar objetivos motiva-nos para continuar a trabalhar, incentiva-nos o empenho, a eficiência e a dedicação. E quando os conseguimos realizar, sentimos a satisfação por mais uma etapa superada.

Porém, antes de tudo, temos de ter a consciência que os objetivos/metas que pretendemos traçar deverão ser acessíveis, adequados às necessidades e às nossas capacidades, sejam elas que de que tipo forem, por exemplo: completar uma maratona (capacidade física), tirar o curso de Astrofísica (intelectual), dar a volta ao mundo (financeira) ou caçar numa reserva natural protegida (ilegal e…indescritível).

Igualmente este período deve ser uma altura de diálogo, no caso de o agregado ter mais que uma pessoa. Não só no que respeita aos projetos a realizar (pois os objetivos de uns, quase sempre, influenciam a vida dos outros), como também falar do que correu bem e menos bem. O tal balanço familiar. Discutir os assuntos, delinear estratégias e planeamentos para melhorar o desempenho escolar, profissional, o relacionamento interpessoal, etc.

Tudo isto parece simples, fácil e lógico, mas sabemos que na realidade não é bem assim. Existem barreiras de comunicação, de personalidade e de tempo, mesmo no período de férias, que implicam que estas pequenas/grandes coisas não se realizem. São adiadas e o diálogo, por vezes, é mínimo, ocasional e pouco profundo. E a essência perde-se, o conteúdo é vago e as pessoas que vivem connosco podem tornar-se a pouco e pouco desconhecidas.

Por isso o período de férias é importante, não só para recarregar baterias e descansar da rotina, mas ter tempo de qualidade com quem está mais perto. Dialogar, projetar o futuro próximo, planear em conjunto, envolver todos nos projetos da família.

Aproveite, viaje, descanse, reflita. Boas Férias.

 

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