Estamos a pouco mais de um mês de mais umas eleições para Assembleia da República. Estamos a muito pouco tempo de escolher quem vai ser o próximo primeiro-ministro e, em teoria, de escolher quem nos vai governar nos próximos 4 anos.
Mas será mesmo assim? Porque é que escrevi “em teoria”? Está-se mesmo a ver, não está? É que o mais provável é que não tenhamos nenhuma maioria absoluta e que o entendimento pós-eleitoral dessa forma não seja estável. Assim, quase certo será termos mais eleições destas em 2016 ou, sendo muito otimista (ou será pessimista?!…), em 2017.
Talvez por lá muito no fundo se ter essa noção, por se saber que estas eleições vão ser mais do mesmo, que vão ter resultados que não nos mudarão muito a vida, ninguém lhes está já a dar muito destaque nem interesse. Claro que não é só por isso. É também porque tem estado tudo de férias… E é também porque temos presidenciais no horizonte seguinte que vão despertando também já a atenção e curiosidade de muitos, talvez também porque já são quase uma novela tal é o entrar e sair de putativos candidatos às mesmas.
A coisa vai por agora disputar-se entre um PSD, que foi a nossa desgraça como gente nos últimos 4 anos, e um PS, com um líder que tem sido um flop. Dois mais do mesmo. Um e outro terão certamente votações similares, fique qual ficar à frente, mas sempre muito altas para quem é responsável pelo estado a que chegámos (de que já Salgueiro Maia falava noutro contexto histórico). As pessoas ainda vão olhar pouco para a disseminação de pequenos partidos que por aí vão aparecendo e reaparecendo. PDR; Nós, Cidadãos; AGIR/PTP; PURP e sei lá mais quantos, só nos poderiam prestar um serviço autêntico se se entendessem, primeiro no seu interior e depois uns com os outros.
Mas dizia eu lá mais acima que prevejo novas eleições legislativas para daqui a um ano ou pouco mais. Essa será a nossa verdadeira, e sou levado a pensar que última, possibilidade de escolha. Se aí continuarmos a não ter opções e alternativas credíveis, reais, concretas e fiáveis, se não as soubermos criar, dentro ou fora dos partidos, se não encontrarmos gente diferente, capaz, não corrupta, que nos queira governar, se continuarmos a não saber fazer escolhas e não deixarmos de votar clubisticamente, mais vale então desistirmos como país…
Francisco Mendes