Esta semana há eleições mas o País pouca importância lhe está a dar e o que de facto importa são os jogadores que Paulo Bento vai levar ao Mundial no próximo mês. Será que realmente estas eleições nada interessam e o que importa é quem vai com o Ronaldo ao Brasil para nos levar à euforia coletiva momentânea?
Estamos na semana em que 28 países europeus vão a votos para eleger os 751 representantes dos seus cidadãos no Parlamento Europeu. O órgão máximo da democracia Europeia, veio ao longo dos anos a conquistar mais poderes e com o Tratado de Lisboa, passou a ter uma influência decisiva na constituição da Comissão Europeia.
A União Europeia não é apenas uma fonte de subsídios para a agricultura portuguesa e para construir mais umas estradas. Trouxe ao nosso País um desenvolvimento económico-social sem precedentes na nossa história.
O Projeto Europeu é hoje mais abrangente com normas comunitárias que são a base de muita da legislação que todos os países aplicam, com implicações no dia-a-dia de cada um de nós. Parece um mar de rosas, mas estas também têm espinhos e passadas quase 3 décadas de adesão à antiga C.E.E. todos temos sentido os seus espinhos no nosso quotidiano.
Olhemos para o passado recente e como as orientações da Comissão Europeia no último mandato tiveram consequências desastrosas para o nosso País. Com a queda do Lehman Brothers e a profunda crise instalada nos Estados Unidos, encontramos na literatura económica a resposta Keynesiana para tal: o Estado deve gastar mais dinheiro em tempo de crise para minimizar os efeitos da crise. Essa foi a política e a orientação vindas de Bruxelas.
2009 foi ano de eleições e fantástico foi ter o Governo autorização e aval Europeu para gastar mais: atingimos um défice de 9.4% nesse ano e 8.6% no ano seguinte. Valor criminoso, seja pelos acordos europeus que fundaram o Euro seja pela insustentabilidade e encargos futuros que tal nos traria.
Esta insustentabilidade chegou aos principais bancos europeus que de um momento para o outro se viram às portas da banca rôta e por terem financiado os Estados deixaram de ter capacidade de financiar a Economia real: as empresas e o consumo. Foi o início da “ditadura da austeridade”, o início de vários anos de crise económica, de desemprego a aumentar, de impostos a aumentar, de subsídios às famílias a diminuir, de redução de reformas e pensões, de um surto de emigração jovem impressionante… Nada disto tem a haver consigo?
O próximo domingo é dia dos portugueses expressarem o quanto estão a gostar desta política europeia e qual a sua opinião quanto ao que deve ser feito no próximo mandato. Este Domingo é o “pontapé de saída” do jogo da nossa vida coletiva que nos 5 próximos anos irá ser jogado e perdê-lo trará consequências para a nossa vida, dos nossos familiares que estão desempregados, que estão emigrados ou em vias de o fazerem.
Existem 18 listas de Partidos e Coligações, acha que nenhum deles tem ideias parecidas consigo? A informação está disponível por todos os meios. Procure, reflita e vote!
Arménio Gomes