Luís Albuquerque, o vereador da Câmara Municipal de Ourém que esteve a ser julgado por dois crimes de corrupção, foi absolvido de todas as acusações na tarde desta quinta-feira, 11 de janeiro.
O Tribunal de Santarém considerou não existirem no processo quaisquer provas de que Luís Albuquerque teria pedido quantias em dinheiro a dois empresários ligados à construção civil para o CD Fátima, clube de futebol a que presidia na altura dos factos.
“Tudo o que se passou neste julgamento deixou mais que evidente a minha inocência”, salientou o vereador à saída do Tribunal, dizendo-se “aliviado”.
“Foram sete anos de sofrimento, e só eu e a minha família é que sabemos por aquilo que passámos”, afirmou Luís Albuquerque, para quem, apesar de tudo, se “fez justiça”.
Na realidade, os factos da acusação do Ministério Público (MP) remontam a 2009, quando decorriam as obras de edificação do supermercado Aldi, em Ourém.
O então vereador do PSD era suspeito de ter solicitado “por fora” 100 mil euros a dois empresários envolvidos no projeto, Albano Mateus, do Grupo Mateus, e Manuel da Silva, da CGB Construções Gerais em Betão.
Estes dois empresários foram as testemunhas-chave do MP, pois a acusação contra Luís Albuquerque centrou-se praticamente nas declarações prestadas por ambos aquando de uma grande investigação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra à Câmara Municipal de Ourém, entre 2007 e 2009.
Em sede de julgamento, o coletivo de juízes afirmou não ter conseguido extrair qualquer prova conclusiva das suas declarações, tendo concluído que Luís Albuquerque é inocente dos factos que lhe eram imputados.
A juiz presidente do coletivo terminou a leitura do acórdão lamentando “que tenham sido necessários sete anos para resolver esta situação”, sendo este “um problema da justiça que por vezes é difícil de explicar”.
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