Ainda bastante lúcido, o idoso dobra o centenário com uma grande história de vida para contar, ligada ao movimento associativo em Alpiarça e à resistência antifascista, que caracteriza muitos dos habitantes desta vila ribatejana.
Durante a juventude, e depois de denunciado por um delator da PIDE, chegou a ser torturado pela polícia política do antigo regime e encarcerado no Aljube e em Caxias
Depois de ter sido militar e instrutor de recruta em Sacavém, António Pires regressou a Alpiarça, onde dedicou a sua vida profissional à agricultura, sobretudo ao cultivo de vinha e melão.
No que se refere ao associativismo, o idoso foi um dos fundadores da Adega Cooperativa de Alpiarça, tendo inclusivamente sido presidente da Assembleia Geral durante vários mandatos, e fez parte da Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro, onde desempenhou o cargo de presidente.
Segundo a ARPICA, “o seu maior orgulho é ver a sua família crescer”, mais concretamente o filho Carlos, a neta Ana Isabel, o bisneto João, e, mais recentemente, o trineto, nascido há cerca de um ano, já durante a pandemia.
“Durante a fase mais complicada da pandemia, onde não se podia ausentar da Instituição para ir casa dos seus familiares, o seu maior receio era nunca poder ver o trineto, que já viu, e tem ainda receio de morrer sem nunca o poder segurar ao colo”, explica a mesma nota da instituição.