A última sessão do julgamento do homicídio do taxista António Pedro, assassinado a sangue frio em Torres Novas, serviu para ouvir as declarações prestadas pelos dois suspeitos no primeiro interrogatório judicial, onde se incriminam mutuamente pela prática dos crimes.
As declarações foram prestadas a um juiz de instrução criminal a 4 de maio de 2017, depois da captura de Américo Lopes e Luís Peixoto, eram procurados por homicídio, sequestro, roubo e extorsão, entre outros crimes cometidos desde o dia 27 de abril.
Na versão de Luís Peixoto, que disse ter encontrado ocasionalmente Américo Lopes depois deste ter saído da prisão, a 18 de abril, foi deste segundo arguido toda a iniciativa de cometer a vaga de crimes, não só o homicídio do taxista, mas também o rapto das mulheres que foram obrigadas a efetuar levantamentos de quantias em dinheiro para entregar aos homens.
Sobre a morte de António Pedro, Luís Peixoto contou ao juiz que acompanhou Américo Lopes numa vingança contra a vítima, uma vez que o taxista tinha sido testemunha de acusação num processo de burla qualificada em que era arguido.
Peixoto contou não estar à espera que Américo matasse o homem, acrescentando ainda que ficou “mal disposto” ao vê-lo cometer o crime.
Américo Lopes contou a história basicamente ao contrário, atribuindo a responsabilidade do homicídio ao cúmplice, bem como a iniciativa de cometer os roubos e os sequestros, uma vez precisava de dinheiro para sobreviver.
Foi também Américo Lopes quem relatou que Luís Peixoto terá violado uma das mulheres, depois de a deixar a dormir com três comprimidos e abandonado num parque de estacionamento perto da estação de comboios do Entroncamento.
As alegações finais ficaram marcadas para a próxima segunda-feira, 16 de abril.
