Com a senha do 25 de Abril de 74 a servir de compasso, cerca de 400 vozes exigiram em Santarém a demissão do governo e o fim das políticas de austeridade, durante a manifestação "que se lixe a Troika – queremos as nossas vidas".
Mesmo sem mobilizar tanta gente como aquando da primeira iniciativa, realizada a 15 de Setembro do ano passado, o protesto ganhou corpo junto ao Centro de Emprego de Santarém, um local escolhido pelos elevados níveis de desemprego que se verificam no distrito, e que aumentaram significativamente desde a intervenção da Troika no país.
Numa manifestação que se queria apartidária, foram vários os cidadãos que usaram da palavra para tecer duras críticas ao atual governo PSD / CDS e exigir o fim dos cortes nos salários e nas regalias sociais, um maior investimento na educação, e o fim das regalias da banca e das grandes empresas.
"Está na hora do governo ir embora" ou "o FMI não manda aqui" foram algumas das palavras de ordem entoadas pelos manifestantes ao longo da Avenida Afonso Henriques, até à estátua de Salgueiro Maia, onde se cantou pela primeira vez "Grândola Vila Morena".
Os manifestantes, já em menor número, atravessaram depois o centro histórico da cidade até ao Largo do Seminário, onde terminou esta ação de protesto, após a leitura do mesmo manifesto que foi lido em todas as cidades portuguesas que acolheram iniciativas semelhantes.
No distrito, realizaram-se ainda protestos em Tomar, no Entroncamento e em Torres Novas, mas a adesão foi morna e genericamente aquém do esperado.