Qua, 9 Outubro 2024

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Santarém acolheu homenagem ao Marquês Sá da Bandeira

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A Academia Militar e a Câmara de Santarém realizaram uma homenagem ao General Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, mais conhecido por Marquês de Sá da Bandeira, na terça-feira, 6 de janeiro, por ocasião do 139º aniversário da sua morte.

A cerimónia, que teve lugar junto à estátua do marquês, na Praça Sá da Bandeira, foi presidida pelo tenente-general José Rodrigues da Costa, atual comandante do corpo de alunos da Academia Militar, que esteve acompanhado por Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara de Santarém, pelas vereadoras Susana Pita Soares e Inês Barroso, e representantes de autoridades civis, militares e familiares do homenageado.

Coube a José Rodrigues da Costa fazer a alocução evocativa da personalidade, vida e obra do militar, que foi fundador da Escola do Exército, antecessora da Academia Militar.

Após a deposição de uma coroa de flores junto à estátua no Largo do Seminário, os presentes deslocaram-se ao cemitério de Santarém para continuar a homenagem junto ao túmulo do marquês.

Biografia de Bernardo de Sá Nogueira, o Marquês de Sá da Bandeira

Bernardo de Sá Nogueira, Marquês de Sá da Bandeira, nascido em dia a 26 de Setembro de 1795, na cidade de Santarém, assentou praça como voluntário no Regimento de Cavalaria nº 11, em 1810, sendo logo promovido a cadete e a alferes em Dezembro do mesmo ano.

Distinguiu-se nas Guerras Peninsulares pela sua bravura e foi ferido gravemente em França na batalha de Gers, tendo sofrido várias cutiladas na cabeça deixando-o como morto.

Assinada a Paz em 1814, regressou à pátria quase surdo motivado pelos golpes de que foi alvo.

Pediu licença para estudos, regressando ao serviço militar em 1820.

Cedo abraçou as ideias liberais, revoltando-se contra os morticínios do Campo de Sant `Ana e da Torre de S. Julião da Barra. Uma vez em Paris, matriculou-se na Universidade, onde tirou o curso de engenheiro.

Quando D. Miguel se faz aclamar rei absoluto, Sá Nogueira viu-se na necessidade de emigrar para a Galiza, pois os liberais são derrotados nos combates de Ega, Cruz de Marouços e Vouga, passando depois para Inglaterra.

Ao saber que a ilha da Madeira se tinha levantado a favor de D. Pedro, embarcou para lá, mas encontra a revolta subjugada, seguindo viagem para o Brasil. Depois de conferenciar com D. Pedro, regressa a Inglaterra para se juntar aos seus correligionários.

Sabendo que o seu camarada de armas e de ideais políticos, António José Menezes Severiano de Noronha, mais tarde Duque da Terceira, se encontrava nesta ilha, decidiu embarcar e ajudar a ocupar todo o arquipélago, entrando nos combates do Pico, S. Jorge, Faial, S. Miguel e no combate da Ladeira-a-Velha onde os miguelistas são totalmente destroçados.

Organizada a expedição do Mindelo, Bernardo de Sá acompanhou D. Pedro como seu ajudante-de-campo e é enviado por este para conferenciar com o General José Cardoso no sentido de deixar efetuar o desembarque e reconhecesse o legítimo governo de Portugal. Não o conseguiu regressando a bordo, mas o desembarque faz-se no dia 8 de Julho de 1832 e no dia seguinte o exército liberal entrava na cidade do Porto.

Na defesa desta cidade e no Alto da Bandeira, em Gaia, batendo-se com heroicidade, como sempre fez, é ferido num braço que teve de ser amputado. Foi agraciado com o título de Barão de Sá da Bandeira em 4 de Abril de 1833.

É por sua influência nas hostes liberais que é recrutado o almirante inglês Napier, que veio a ter ação decisiva nos acontecimentos a nível naval.

Depois da ocupação de Lisboa pelo exército liberal, é nomeado governador da praça de Peniche, cargo de que é exonerado, pois foi nomeado comandante de operações no Algarve onde predominavam as guerrilhas miguelistas.

Após a Convenção de Évora-Monte (já brigadeiro), é agraciado com o título de Visconde em recompensa pelos serviços prestados à causa liberal.

As qualidades de Sá da Bandeira não se restringiram às militares pois também entrou na luta política e parlamentar. A ele se deve o malogro da Belenzada movimento cartista contra a Revolução de Setembro que tinha implantado a Constituição de 1822.

O período político que se seguiu foi muito movimentado e Sá da Bandeira nele se encontrou para defender os seus ideais políticos.

Presidiu várias vezes os ministérios.

Deixou publicadas obras de interesse em vários ramos.

Foi elevado a 1º Marquês de Sá da Bandeira em 3 de Fevereiro de 1864.

Foi fidalgo da Casa Real, Conselheiro de Estado, Comendador da Ordem da Torre e Espada, Grã-Cruz da Ordem de Cristo, Rosa do Brasil, Leopoldo da Bélgica, Carlos III e Isabel a Católica de Espanha, etc.

Faleceu em Lisboa e por sua vontade expressa, foi sepultado em campa rasa no cemitério da terra onde nasceu. A cidade levantou-lhe, em frente da casa onde nasceu, uma estátua em bronze que constitui monumento valioso e que perpetua a sua memória.

Os sinos da Igreja Matriz de S. Salvador, templo onde foi batizado, após o seu derrube devido a um terramoto, foram utilizados na feitura do monumento.

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