Os restos mortais do capitão Salgueiro Maia foram exumados para recolha de ADN na passada terça-feira, 17 de novembro, por ordem de um processo judicial de reconhecimento de paternidade que corre na Secção Judicial de Família e Menores do Tribunal de Santarém.
A Rede Regional apurou que a diligência decorreu no cemitério de Castelo de Vide, vila onde o herói da Revolução de Abril nasceu e foi sepultado em 1992, tendo a GNR local vedado o acesso ao espaço fúnebre durante a recolha dos vestígios biológicos.
A exumação realizou-se no âmbito do processo aberto em Agosto de 2013 por um luso-descendente de nacionalidade americana que afirma ser filho de Salgueiro Maia.
A confirmar-se a paternidade, o homem, Andrew Maia, hoje com 31 anos, terá nascido de uma relação amorosa entre o capitão de Abril e uma mulher açoriana emigrada nos Estados Unidos, mas que passava férias nos Açores, quando o militar esteve colocado no arquipélago.
O luso-americano que exigiu os testes de paternidade cresceu em Nova Jérsia, nos EUA, acreditando ser filho legítimo do então companheiro da mãe, uma empresária ligada à joalharia, que lhe terá revelado o seu relacionamento com Salgueiro Maia apenas em 2008, quando Andrew já tinha 24 anos de idade.
O homem, que atualmente reside e tem uma carreira de sucesso no mundo do marketing em Nova Iorque, já fez saber que nada pretende com este processo a não ser o reconhecimento legal da identidade do seu pai biológico.
Andrew esteve em Santarém há alguns anos e conheceu a viúva de Fernando Salgueiro Maia, Natércia Maia, bem como os dois filhos adotivos do “capitão sem medo”, Catarina e Filipe.
O caso não provocou qualquer atrito entre as duas famílias.