Já depois de capturado, o arguido disse que era o “Rambo da Charneca” e injuriou e ameaçou de morte os guardas que o transportaram para o posto, garantindo que lhes ia “fazer a folha” depois de ser libertado.
O caso remonta a 4 de julho do ano passado, quando, durante a madrugada, quatro elementos da GNR abordaram o suspeito para o identificar no âmbito de uma queixa-crime.
Já pela manhã, o arguido saiu do posto completamente enfurecido e foi a casa munir-se de uma caçadeira de calibre .12 e vários cartuchos, dizendo à mãe que ia matar pessoas.
Assustada, a mulher telefonou a contar o episódio à GNR, que rapidamente enviou seis elementos à sua procura, tendo encontrado o homem num terreno anexo à habitação.
Ao chegar, os militares foram literalmente recebidos a tiro, depois de terem dado ordem ao homem para colocar a arma de fogo no chão e afastar-se.
Segundo o processo, a que a Rede Regional teve acesso, o terceiro disparo só não matou um dos guardas porque este foi rápido a mandar-se para o chão, quando já estava a cerca de 10 metros do arguido.
O cadastrado, que não tinha licença de uso e porte de arma, foi detido logo de seguida por outros dois militares que aproveitaram o momento em que ele tentava municiar novamente a caçadeira.
O arguido está acusado pelo Ministério Público (MP) por um total de 14 crimes, um de homicídio qualificado na forma tentada, nove de ameaça agravada, três de injúria agravada e um de detenção de arma proibida.
O homem, que era sobejamente conhecido das autoridades por casos de furto e tráfico de estupefacientes, está a aguardar julgamento em prisão preventiva.