Desta feita, o julgamento ainda não tem data marcada, quase um ano depois do Ministério Público (MP) ter acusado os três médicos do Centro Hospitalar São Francisco (CHSF) que a assistiram de homicídio por negligência.
“O que é que falta para que comecem a responder?”, questiona o irmão da falecida, Manuel Nunes, lembrando que toda a família quer ver o caso inteiramente esclarecido, “incluindo os seus dois filhos menores que foram privados de crescer sem a mãe”.
“Enquanto eu estiver por cá, a luta continua, até ao último suspiro”, garante Manuel Nunes, que tem escrito cartas para vários organismos do Governo e do Ministério da Justiça a questionar a situação, sem qualquer resposta até ao momento.
O caso remonta ao dia 19 de julho de 2017, quando Marisa Nunes, então com 33 anos, compareceu no CHSF para a realização de uma Angio TAC Cardíaca, tendo, no decurso deste exame de rotina, perdido a consciência e entrado em paragem cardiorrespiratória.
A Acusação do MP baseia-se no relatório da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), que arrasa por completo a atuação dos três médicos que lhe prestaram assistência, um radiologista, um clínico de medicina geral e uma anestesista.
Já num estado irreversível devido às “omissões” dos clínicos, “a vítima foi depois transportada para o Hospital de Santo André, o hospital público de Leiria, sem que os arguidos a tenham acompanhado.
Marisa Nunes acabou por recuperar o pulso no Hospital de Santo André, onde esteve internada até 18 de agosto de 2017, data em que foi transferida para o Hospital Distrital de Santarém, onde veio a falecer, no dia 6 de dezembro de 2017, sem nunca ter recuperado a consciência.