Em declarações à Agência Lusa, Gonçalo Escudeiro deu conta de relatos de vários produtores da zona de Almeirim sobre o transporte dos campos para as fábricas estar a ser alvo de uma verdadeira perseguição por parte da guarda.
O dirigente diz que ninguém pede excepções na passagem de multa em casos de excesso de peso ou escorrência de molho nas estradas, mas considerou excessiva a entrada de patrulhas pelos campos e a autuação de transportadores por situações como placas refletoras com pó.
Nas declarações à Lusa, o dirigente da FNOP disse que há transportadores que, devido ao elevado número de multas recebidas, se estão a recusar a fazer o transporte, em plena campanha de colheita de tomate com destino à indústria agroalimentar.
A Rede Regional sabe que esta terça-feira, ao final da tarde, foram vários os condutores que sabendo da presença da GNR numa operação com dezenas de elementos junto à fábrica da Compal, em Almeirim, permaneceram nos campos e recusaram sair para a estrada para evitar o que muitos descrevem como “perseguição” e “caça à multa”.
A operação da GNR junto à Compal durou várias horas e envolveu meios de várias valências.
GNR DIZ QUE SÓ CUMPRE A LEI
Em declarações à agência Lusa, o comando nacional da GNR afirmou que se limita a cumprir as regras legais em matéria de segurança rodoviária, confirmando que, no período de 26 a 31 de agosto, “à semelhança do realizado ao longo do ano”, efetuou um conjunto de ações de fiscalização rodoviária, a nível nacional, que incluiu o distrito de Santarém, visando o transporte de mercadorias.
Nessas operações, a GNR detetou 51 situações de excesso de carga e/ou carga mal-acondicionada, carga acima dos taipais e queda de tomate ou molho para a via, 47 por anomalias nos sistemas de sinalização e de iluminação, 12 por falta de inspeção periódica, e 12 por falta de registos dos períodos de condução e de descanso dos condutores.
Foram ainda detetadas seis infrações por falta de licenciamento para o transporte de mercadorias, três por falta de carta de qualificação de motorista e, ainda, um crime por viciação do tacógrafo, alterando os registos de tempos de trabalho e de descanso. Foi também detetado um reboque que efetuava o transporte de tomate “sem seguro, sem inspeção e com matrículas falsa.
“Relativamente às infrações relacionadas com as matrículas dos veículos, a GNR detetou 16 contraordenações, por circulação com matrículas ocultas, o que impede o controlo e verificação através de meios automáticos de fiscalização, assim como a deteção de veículos e reboques furtados”, indicou a guarda à Lusa.