Ouvido pela Rede Regional, o visado, Francisco Torre, negou cabalmente as acusações e o relato que a vítima deixou na PSP de Coimbra, antes de seguir viagem para o seu país.
Há poucos dias, a mulher parou no “Cantinho do Peregrino”, uma pequena cabana de madeira na freguesia de Achete, a poucos quilómetros de Santarém, decorada com centenas de recordações que outros caminhantes ofereceram a Francisco Torre.
A italiana relatou às autoridades que o visado a apalpou e tentou beijar à força quando tiravam uma foto, o que a levou a fugir do local, bastante assustada.
Segundo a Associação dos Amigos dos Caminhos de Fátima (AACA), que denunciou o caso, esta não foi a primeira vez que o idoso manifestou estes comportamentos impróprios, que até estão relatados em fóruns estrangeiros de peregrinos, e são conhecidos de vários proprietários de casas de abrigo e hostels ao longo dos percursos religiosos.
A AACA explica ainda que o visado, bastante conhecido e estimado entre os fiéis portugueses, só tenta molestar mulheres estrangeiras que caminham sozinhas, e que esta foi a primeira vítima que teve coragem para formalizar queixa.
Nos próximos dias, vai ser feita nova participação, desta feita por parte de uma peregrina asiática.
Francisco Torre nega acusações de assédio sexual“É tudo mentira. Limitei-me a mostrar-lhe o espaço, a conversar e a ser simpático, como sou com todos os que aqui passam e que me conhecem há anos”, disse Francisco Torre à Rede Regional. “Muitas vezes, são os peregrinos que insistem em tirar fotos comigo”, acrescenta, mostrando a dedicatória que a queixosa escreveu num caderno que os caminheiros são convidados a assinar, como recordação da sua passagem.
O homem diz-se ainda “perseguido” pela AACA, para que destrua o seu “Cantinho do Peregrino”, que “nunca foi visto com bons olhos por eles”.
Reformado da antiga Guarda Venatória desde os 65 anos, Francisco Torre passa os dias junto ao seu “Cantinho do Peregrino”, que começou a construir há cerca de 10 anos, por sugestão de uma peregrina de um grupo de Queijas, que lhe pediu para fazer um abrigo para os dias frios.
Hoje, guarda centenas de fotografias, t-shirts, terços e outros objetos oferecidos por quem tem por lá passado.