O Tribunal de Santarém aplicou à arguida 22 anos pelo homicídio consumado do pai, Carlos Ferrinho, de 77 anos, e 11 anos e 6 meses pelo homicídio tentado da mãe, Maria Cristina Ferrinho, que também tinha 77 anos.
Em cúmulo jurídico, o coletivo de juízes decidiu aplicar-lhe a pena máxima, até porque Tania Ferrinho cometeu o crime quando ainda estava em pena suspensa por uma condenação por ofensa à integridade física contra o casal de idosos, em 2021
Na leitura do acórdão, que decorreu na manhã desta quarta-feira, 18 de outubro, a juiz presidente sublinhou não consegue esquecer a violência das imagens gravadas por um vizinho, que mostram a arguida a atacar selvaticamente o pai, no hall do apartamento onde residiam.
No dia do crime, 10 de outubro de 2022, a GNR deslocou-se ao apartamento onde a família residia para entregar o “Estatuto de Vítima” à mãe, e informar que corria outro processo contra Tânia Ferrinho no MP de Benavente.
Assim que os militares saíram, Tânia, de 42 anos, muniu-se de uma faca a começou por atacar o pai, que ainda conseguiu fugir para o exterior da casa, mas acabou atingido com nove golpes até cair inanimado no chão.
O idoso, de 77 anos, acabou por falecer em dezembro, na Unidade de Cuidados Continuados do Hospital de Vila Franca de Xira, em consequência dos ferimentos do ataque.
De seguida, Tânia Ferrinho deslocou-se ao quarto onde a mãe estava acamada e atingiu-a com sete facadas, antes da intervenção de alguns vizinhos que tinham sido alertados pela gritaria.
A idosa, também de 77 anos, sobreviveu ao banho de sangue, mas acabou por falecer em janeiro deste ano, poucas semanas depois do marido.
Recorde-se que Tânia Ferrinho nunca teve qualquer profissão estável e remunerada, pelo que vivia dos rendimentos dos pais.