Os pais biológicos da menina de Alpiarça cuja tutela esteve no centro de um braço de ferro que opôs a família e a madrinha de batismo à Segurança Social afirmam não ter como pagar uma pensão de alimentos de 150 euros à própria filha.
A menor, hoje com quatro anos, foi confiada provisoriamente à madrinha, Isabel Machacaz, em novembro de 2013, numa decisão judicial que foi contra a posição da Segurança Social, que defendia a sua institucionalização.
No final de janeiro, o Tribunal de Santarém proferiu a sentença sobre este processo de proteção de menor, entregando o poder paternal a título definitivo à madrinha, que a cria desde que ela tinha um ano e meio de idade.
A juíza titular do processo estabeleceu também que a mãe e o pai, hoje separados, terão que pagar uma pensão de alimentos mensal de 75 euros cada um, verba que ambos garantem não ter como suportar.
“Estou desempregada, não consigo arranjar trabalho e não tenho qualquer rendimento”, disse à Rede Regional Vera Estevens, que regressou recentemente a casa do avô da menor, que a sustenta.
A situação social do pai biológico é bem mais complicada, pois o homem, de 35 anos, não tem família e pernoita numa panificadora abandonada em Alpiarça, sem quaisquer condições de higiene e conforto.
Vai fazendo alguns biscates, mas sobrevive com a ajuda de populares e de um restaurante, que lhe dá sobras de comida.
O caso tem provocado alguma indignação em Alpiarça, sobretudo pela situação de miséria humana em que se encontra o pai da menina, e ao qual ainda nenhuma instituição de solidariedade social deu resposta.
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