Um cantoneiro da Câmara Municipal de Tomar foi condenado a 13 de prisão, em cúmulo jurídico, por ter abusado sexualmente da própria enteada, desde o Verão de 2016 até novembro de 2017.
O arguido, de 53 anos, foi considerado culpado de um crime de violação consumada, 57 crimes de violação na forma tentada, e outro de coação agravada, e vai manter-se recluso no Estabelecimento Prisional de Leiria, onde foi colocado em prisão preventiva quando o caso foi descoberto.
O Tribunal de Santarém deu como provado que o homem, que tem problemas de alcoolismo, forçou a enteada a ter relações sexuais contra a sua vontade quando a menor tinha apenas 13 anos.
O arguido aproveitou-se do facto de ter começado a partilhar a mesma cama da vítima, uma vez que a mãe sofre de um problema nas pernas.
Depois da primeira vez, o cantoneiro tentou violar novamente a jovem em 57 ocasiões, mas esta fugia e ia dormir sozinha para o sofá.
A vítima, segundo o acórdão a que a Rede Regional teve acesso, sofreu todo o tempo em silêncio porque o padrasto dizia-lhe que iria para uma instituição de acolhimento, se relatasse os seus avanços à mãe.
A jovem, hoje com 16 anos, acabou por ser institucionalizada na sequência do caso.
Durante o julgamento, que decorreu à porta fechada, o agressor negou sempre os factos, e até pediu a realização de exames médicos, dizendo não conseguir manter uma ereção devido aos problemas com o álcool.
O coletivo de juízes considerou a sua versão completamente inverosímil.