Um dos líderes da comunidade nepalesa a residir em Portugal dirigiu uma carta aberta ao governo português e ao Parlamento da União Europeia a defender os proprietários da AgroWork, dois irmãos de Almeirim e as respetivas companheiras, que estão em prisão preventiva por suspeitas de tráfico de pessoas, falsificação de documentos e de associação criminosa.
No documento, que surge publicado na sua página do Facebook juntamente com uma foto com dezenas de trabalhadores, Mirza Israr afirma que os quatro arguidos principais “são pessoas boas e honestas” e que as acusações são “falsas”, tendo por detrás um antigo “parceiro de negócios” que quer destruir a empresa de fornecimento de mão-de-obra agrícola de Almeirim.
O responsável adianta ainda que, entre os mais de 600 funcionários da AgroWork, há centenas com os salários ainda por receber, e que muitos deles estão preocupados com o seu futuro e das famílias que ficaram no país de origem.
Mirza Israr acrescenta ainda que nunca tiveram qualquer problema com os proprietários da AgroWork, pelo que pede a sua libertação.
Recorde-se que estes quatro arguidos, juntamente com três outros trabalhadores da empresa de fornecimento de mão-de-obra agrícola e o diretor comercial de uma clínica médica privada em Santarém, foram detidos numa operação da Unidade Nacional de Contra Terrorismo da Polícia Judiciária (PJ) no dia 28 de julho.
Os suspeitos foram ouvidos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, em Lisboa, pelo juiz Carlos Alexandre, que decidiu colocar quatro em prisão preventiva, e os restantes em prisão domiciliária com vigilância eletrónica, enquanto decorrem as investigações.
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