Os seus atos destruíram uma carrinha pick-up avaliada em 32 mil euros, um caixote do lixo, e só não deram origem à explosão de um depósito de botijas de gás porque o material que usou para provocar o incêndio apagou-se sozinho.
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A mulher, residente em Macedo de Cavaleiros, instalou-se num alojamento local em Coruche no dia 12 de outubro de 2021, tendo saído do quarto por volta das 3 horas da madrugada seguinte.
Aproveitando o facto de não estar ninguém na receção, levou consigo um frasco de álcool etílico antes de iniciar a série de incêndios que levaram à sua detenção.
A mulher começou por atear o primeiro fogo num contentor de resíduos sólidos perto da pensão, antes de seguir para uma bomba de gasolina da GALP na EN114-3, já a caminho da Fajarda.
Nas traseiras do posto, tentou explodir um depósito com várias botijas de gás doméstico, deitando fogo a um monte de folhas e ervas secas que recolheu do chão, e que colocou em cima da rede que serve de proteção às bilhas.
Pelas imagens das camaras de videovigilância, entretanto recolhidas pelas autoridades, é possível perceber que a autora do crime voltou ao local uma segunda vez quando percebeu que as chamas se apagaram, e deu origem a novo incêndio, desta feita com um saco do lixo cheio de resíduos.
Por mero acaso do destino, o fogo voltou a apagar-se sozinho, quando a mulher já ia a caminho de um parque de estacionamento mais à frente, onde fez arder uma carrinha de uma empresa de construção civil com recurso a lixo recolhido num contentor que estava no local.
A viatura, que valia cerca de 32 mil euros, ardeu por completo na zona do motor e do habitáculo, e o fogo só não se propagou a outros carros estacionados no local graças à intervenção dos Bombeiros de Coruche.
A mulher seguiu o seu caminho até perto da aldeia da Fajarda, onde, pelas 7 horas da madrugada, tentou incendiar um terreno florestal na berma da EN114-3, a poucos metros de uma habitação.
Contudo, foi apanhada em flagrante por populares que iam a passar no local, e que a retiveram até à chegada da GNR de Coruche, que procedeu à sua detenção.
A arguida, que vai ser julgada no Tribunal de Santarém, está acusada pelo Ministério Público (MP) de dois crimes de incêndio, explosões e outras condutas especialmente perigosas, um crime de incêndio florestal e um crime de dano qualificado.
O processo, a que a Rede Regional teve acesso, refere que a mulher, que aguarda julgamento em prisão domiciliária com vigilância eletrónica, padece de perturbação bipolar, e que atuou num quadro descompensação psicótica.