Segundo a agência Lusa, que teve acesso a uma carta enviada pelo movimento ao Bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco e ao Cardeal Patriarca de Lisboa, o grupo de cidadãos mostrou o seu apoio ao cónego e admitiu “recorrer ao direito canónico” se as suas pretensões não forem atendidas.
Domingos Chambel, um dos porta-voz do movimento “MOSAR-CJG “(Movimento Social de Apoio e Reconhecimento ao Cónego José da Graça), explicou à Lusa que este é um movimento de pessoas individuais de apoio ao cónego, tanto na sua obra como na sua dignidade. O mesmo responsável diz que o Bispo, “com esta decisão, não só afetou a dignidade do cónego José da Graça como afetou a dignidade da comunidade abrantina e é isso que queremos reverter e que o padre possa voltar a exercer nas suas paróquias”.
Recorde-se que, como a Rede Regional avançou na altura, o sacerdote, de 76 anos, foi condenado em 12 de junho a cinco anos de prisão, com pena suspensa por igual período, pelos crimes de burla qualificada, burla tributária e falsificação de documentos, num esquema que terá lesado o Estado em cerca de 200 mil euros através do Centro Social Interparoquial de Abrantes, instituição da qual era presidente.
Domingos Chambel diz à Lusa que “se o motivo da dispensa foi o envolvimento na justiça, o senhor cónego, até que o acórdão transite em julgado, tem presunção de inocência”. Acrescenta que “o que a comunidade abrantina pretende é que a diocese julgue o valor da obra do sr. cónego José da Graça”.
Contactado pela Lusa, o padre José da Graça afirmou que foi apanhado de surpresa com o seu afastamento. “Limito-me a aceitar a decisão, mas fui apanhado de surpresa e fiquei surpreendido até porque houve uma sentença, mas há também um recurso a decorrer”, declarou o cónego, que continua a alegar inocência.