O acidente de trabalho que resultou na morte de Rui Martins, um dos músicos da banda Santos & Pecadores, está a ser julgado no Tribunal de Santarém.
Como arguidos, surgem a empresa que o contratou, a Pye – Poweryeldenergia, com sede em Montemor-o-Novo, e os dois sócios-gerentes da mesma, de 33 e 42 anos, respetivamente, acusados pelo Ministério Público (MP) de um crime de violação das regras de segurança, agravado pelo resultado ilícito.
Rui Martins, que tinha então 40 anos, morreu a 14 de maio de 2021, quando fazia a lavagem de painéis solares na cobertura de uma fábrica na freguesia de Tremês, concelho de Santarém.
O músico, segundo o Despacho de Acusação a que a Rede Regional teve acesso, colocou o pé numa chapa translucida que se partiu e teve morte imediata ao cair desamparado de uma altura de 10 metros para o chão do armazém.
Depois da investigação ao acidente, o MP concluiu que a vítima não dispunha de equipamentos de proteção individual contra o risco de queda em altura, que nunca lhe foram fornecidos pela empresa para a qual trabalhava desde dezembro de 2020.
O MP considera ainda que Rui Martins executava a tarefa sem os meios de fixação obrigatórios para impedir a sua queda, como um arnês ou cinta de segurança, e que a empresa nunca lhe deu a formação necessária para proceder à manutenção de painéis solares.
Músico de profissão, Rui Martins arranjou este trabalho durante a pandemia, quando a proibição e o cancelamento dos espetáculos musicais afetou bastante os rendimentos dos artistas.
