A primeira sessão do julgamento em que Francisco Moita Flores começou a responder por corrupção e branqueamento ficou marcada pelo levantamento de um possível “conflito de interesses” em relação à coordenadora principal da investigação levada a cabo pela Polícia Judiciária (PJ).
Durante a sessão, que se realizou esta sexta-feira, 5 de janeiro, o ex-presidente da Câmara de Santarém contou que, há muitos anos atrás, a sua brigada de investigação na PJ esteve envolvida numa operação que levou à detenção do pai e de um irmão da atual coordenadora da PJ neste processo, Perpétua Cristino.
“Conheci-a quando era miúda no âmbito desse caso, mas não a conheço agora”, explicou Moita Flores, que disse também que a Acusação do Ministério Público (MP) contra si vem de uma “investigação inquinada” que resultou numa “perversão judiciária”, e é uma “obra de ficção lida ao contrário, pois escolheram primeiro o criminoso e depois foram à procura das provas para o acusar de um crime”.
Na sequência das declarações do ex-autarca, a defesa do empresário Gaspar Barbosa Borges, o CEO da ABB Construções, considerou existir um “evidente conflito de interesses” em relação à investigação desenvolvida sob a coordenação de Perpétua Cristino, e requereu a suspensão do julgamento até se apurar esta questão.
No entanto, o coletivo de juízes concedeu apenas um prazo de 10 dias para juntarem aos Autos provas que sustentem que o Estatuto da Polícia Judiciária não foi respeitado, e que não houve imparcialidade e isenção do decurso da investigação, tal como sustenta Moita Flores.
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Moita Flores começa a ser julgado por branqueamento e corrupção
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