Dois militares da GNR que prestavam serviço no posto territorial de Fátima vão começar a responder no Tribunal de Santarém por crimes como ofensa à integridade física qualificada, falsificação de documento e falsidade de testemunho, entre outros.
O caso remonta a 16 de outubro de 2019, quando um indivíduo que estava referenciado como pequeno traficante de droga foi violentamente espancado durante uma revista pessoal e ao carro que conduzia, tendo os guardas da GNR forjado os factos com que redigiram o Auto de Notícia.
Segundo a Acusação do Ministério Público (MP), a que a Rede Regional teve acesso, um dos militares da patrulha, de 36 anos, espancou a murro e agrediu a vítima com uma lanterna na cabeça, enquanto a camarada, de 33 anos, nada fez para travar a fúria do colega.
De seguida, algemaram e conduziram o suspeito para o Posto da GNR, onde adulteraram os factos que escreveram no Auto de Notícia, dando como justificação que o condutor se tinha exaltado durante a revista, e que tiveram que recorrer à força para efetuar a detenção.
A cena foi presenciada por uma mulher que mora junto ao local onde o carro foi mandado parar, e que já tinha inclusivamente gritado várias vezes para que o militar da GNR deixasse de agredir o condutor, que ficou com um golpe na cabeça, o nariz partido e sangue na cara.
Ambos os arguidos estão acusados pelo MP pelos crimes de falsificação de documento agravada, denegação de justiça e prevaricação, e falsidade de testemunho. O guarda responde ainda por um crime de ofensa à integridade física qualificada, e a militar por omissão de auxílio.
Para ambos, o MP pede ainda a pena acessória de inibição do exercício de funções como militares da GNR.
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