Uma vez que os idosos que vivem mais isolados nas pequenas aldeias têm dificuldade em dirigir-se à Junta de Freguesia de Alpiarça, é a própria presidente da Junta quem se desloca até eles.
Desta vez, fê-lo acompanhada pelo comandante do posto da GNR local, que decidiu associar-se a esta iniciativa para desenvolver um modelo de policiamento de maior proximidade.
Fernanda Cardigo tem feito os atendimentos locais nas aldeias mais pequenas do concelho de Alpiarça – Casalinho, Frade de Baixo e Frade de Cima – desde o início do atual mandato.
“No início, aparecia pouca gente e era preciso explicar às pessoas o que estávamos a fazer. Agora, já são os moradores que estão à nossa espera, sempre que marcamos uma data para o atendimento”, afirmou a autarca à Rede Regional, explicando que a afluência dos munícipes tem vindo a crescer.
Nestes atendimentos quase personalizados, Fernanda Cardigo conhece diretamente os problemas que afetam o dia-a-dia da população mais idosa e que vive mais afastada de Alpiarça, apesar dos poucos quilómetros que os separam da vila.
A Junta assume a responsabilidade de tentar resolver as questões que lhe são transmitidas de viva voz pelos próprios munícipes.
“Tentamos ser um intermediário privilegiado entre as pessoas e as entidades que podem resolver os seus problemas, e que, na maioria dos casos, nem são da responsabilidade da Junta. São pequenas problemas que se resolvem rapidamente, desde o momento em que se tem conhecimento da sua existência”, explica Fernanda Cardigo.
Além de serem um método mais célere para a resolução das questões, estes atendimentos também humanizam e dão um rosto ao poder local, a partir do momento em que os habitantes ganham um interlocutor de carne e osso para expor os seus problemas.
“Há casos de pessoas que só precisam de conversar, de desabafar com alguém que os oiça. Não são coisas que possamos resolver, mas só o facto de prestarmos atenção já ajuda”, afirma Fernanda Cardigo, confessando que já se emocionou com alguns dos relatos que foi ouvindo por parte de idosos que vivem em situações mais graves de pobreza, doença ou isolamento.
GNR aproxima-se para diminuir o sentimento de insegurança
Pela primeira vez, os atendimentos locais realizados esta semana contaram com a presença do comandante do posto da GNR de Alpiarça, Sérgio Malacão, que está a tentar desenvolver um modelo de policiamento de maior proximidade junto da população mais vulnerável.
Num ambiente informal, quase como se fosse um workshop sobre segurança, o militar tenta transmitir aos idosos os procedimentos a adotar para evitar serem vítimas de burlas e assaltos, o que fazer em caso de incêndio e até deixa conselhos práticos sobre segurança rodoviária, entre outras questões.
Quem tem mais de 65 anos, vive isolado sem apoio familiar e sofre de problemas de mobilidade ou de saúde, é convidado a preencher uma ficha pessoal com os seus dados e morada, para que uma patrulha da GNR passe em sua casa com regularidade para se certificar que está tudo bem.
Além de reforçar o sentimento de segurança entre os mais idosos, que passam a sentir-se acompanhados, este contato direto permite também à GNR de Alpiarça conhecer o quotidiano das aldeias mais afastadas da vila e obter informações sobre tentativas de burlas ou pequenos delitos que, na maior parte dos casos, nem seriam comunicados ao posto.