O presidente da Conforlimpa, Armando Cardoso, recusou-se esta terça-feira, na primeira sessão do julgamento, a falar em tribunal, mas os juízes reproduziram um depoimento anterior no qual o empresário negou os crimes de associação criminosa e fraude fiscal qualificada superior a 42 milhões de euros.
Além de Armando Cardoso, de 62 anos, respondem pelo mesmo tipo de ilícitos a sua filha, Andreia Cardoso, o economista Germinal Rodrigo, o contabilista José Peixinho, à data dos factos todos funcionários da Conforlimpa, e seis pessoas coletivas (sociedades).
O empresário foi condenado, entre 1996 e 1999, por abuso de confiança fiscal, em três processos independentes. Num dos casos teve de pagar multa e nos outros dois foi condenado a penas de prisão de 18 meses e de três anos e meio, suspensas na sua execução.
Segundo a Agência Lusa, esta primeira sessão ficou marcada ainda por um incidente, quando o magistrado do Ministério Público requereu que o tribunal declarasse a especial complexidade do processo, tendo em conta o "cariz altamente organizado da atuação dos arguidos, o número de testemunhas [42] e de ofendidos, além dos 19 volumes, 70 anexos e as centenas de apensos".
Os advogados, em especial Artur Marques, defensor de Armando Cardoso e da filha, opuseram-se "frontalmente" à pretensão do MP, alegando que não estavam reunidas as condições necessárias para que isso acontecesse. Depois de um intervalo de cerca de 15 minutos, o coletivo de juízes acedeu ao pedido do MP, mas o advogado Artur Marques disse que iria recorrer da decisão.
Está previsto que o julgamento continue às 10h00 de quarta-feira no Depósito Público, situado na zona de Povos, junto à Estrada Nacional 10, com a audição da filha do principal arguido, Andreia Cardoso, que já manifestou vontade em prestar declarações.