A irmã mais velha, Marta Leal, de 12 anos, foi submetida a uma operação cirúrgica para a colocação de um extensor na perna afetada pela doença, um osteossarcoma, que obrigou, em 2020, ao corte de parte do seu fémur.
Segundo explicou à Rede Regional o pai, José Luís Leal, este aparelho de alongamento será fundamental para iniciar a recuperação da dismetria, ou seja, da diferença de crescimento entre as duas pernas da menina.
“Ela já tirou os pontos desta última operação e tem algumas dores naturais desta intervenção, mas está a começar a adaptação ao aparelho”, afirma o pai, acrescentando que os médicos espanhóis mostram-se “otimistas” em relação a esta fase do tratamento.
Em casa, serão os pais que vão ajudar no funcionamento do extensor, que deverá permitir um crescimento da perna à razão de um milímetro por dia.
“Poderá ser um processo doloroso, porque envolve esticar músculos e ligamentos, mas terá que ser feito agora enquanto o corpo da Marta ainda está em crescimento”, esclarece José Luís Leal.
O irmão Tomás, de 7 anos, também esteve na clínica em Pamplona juntamente com a irmã, para realização de exames e observação médica.
“Neste momento, continua a fazer fisioterapia e está numa fase de vigilância, mas vai ter que passar por todo o processo que a irmã está a atravessar”, recorda José Luís Leal.
Para a realização de exames periódicos, Tomás tem que se deslocar a Pamplona de três em três meses, ao passo que as consultas da irmã são de seis em seis meses; a família está a tentar que as datas coincidam, sempre que têm que levar os dois filhos.
Sem qualquer ajuda do Estado português, a família Leal continua a agradecer todas as ajudas solidárias que tem recebido, pois só assim tem conseguido prosseguir com os tratamentos na clínica privada em Espanha.
Uma tremenda luta em dose dupla
Recorde-se que o calvário desta família de Marinhais começou em 2016, quando foi diagnosticado a Marta um osteossarcoma que se desenvolveu no fémur, e que começou a ser acompanhado no IPO, em Lisboa.
Os pais nunca se conformaram com a amputação da perna proposta pelos médicos portugueses, e descobriram a Clínica Navarra, em Espanha, que oferecia uma abordagem alternativa ao tumor.
Três anos depois, em 2019, Tomás, o irmão mais novo, foi também diagnosticado com um osteossarcoma, desta feita na tíbia, que exigiu um tratamento cirúrgico igual ao de Marta, para evitar a amputação do membro.
O caso está detalhadamente explicado na página do Facebook “Vamos Ajudar o Tomás Leal”, onde estão também os contatos da família e as várias formas de ajudar a suportar os custos elevados do tratamento das duas crianças .