O homicida estava atualmente a cumprir uma pena de 19 anos de prisão por ter morto o namorado da filha e de ter disparado sobre toda a família, a que se juntou outra condenação de cinco anos e meio por um crime de violência doméstica sobre a mulher, num caso separado julgado no Tribunal de Santarém em julho de 2018.
Herculano Duarte, que tinha 71 anos, foi a sepultar esta semana para o cemitério de Casais, no concelho de Tomar, com mais de 20 anos de prisão para cumprir.
Recorde-se que, a 21 de dezembro de 2014, na sequência de uma discussão familiar, o homem disparou vários tiros para dentro da sua casa, onde se tinham barricado a própria mulher, os dois filhos e o namorado da filha, que foi atingido com um tiro na cabeça e morreu no local.
A zanga familiar começou quando a filha revelou ter sido vítima de alegados abusos sexuais por parte do pai, quando era ainda menor, e episódios de violência doméstica sobre a mãe, acusações que fizeram Herculano Duarte perder a cabeça e munir-se de uma caçadeira, que utilizou para disparar a matar sobre os familiares.
Este primeiro julgamento, que decorreu em 2016, ficou marcado pela afluência às sessões por parte de familiares do arguido, amigos e habitantes da aldeia, que chegaram a alugar autocarros para se deslocar ao Tribunal de Santarém, lotando a sala de audiências.
Em 2018, Herculano Duarte, que já estava a cumprir pena no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, regressou ao Tribunal de Santarém para ser julgado por violência doméstica, cometida durante mais de 40 anos de vida conjugal com a esposa.
O coletivo de juízes condenou-o a mais cinco anos e meio de prisão, depois de dar como provado que o homem impôs uma vida infernal à mulher, agredindo-a com frequência a murro e pontapé, com ameaças de morte e acusações de lhe ser infiel.