A mensagem na t-shirt preta que veste diz quase tudo: “estou indignado”.
João Condeço, portador de esclerose múltipla, desespera há mais de quatro meses pela atribuição de uma pensão de invalidez no valor de 257 euros mensais.
Segundo o próprio contou à Rede Regional, nem uma simples resposta sobre o andamento do processo conseguiu, até ao momento, obter junto da Segurança Social da Chamusca, onde reside.
“Pode parecer uma esmola, mas tenho todo o direito ao dinheiro, que me faz muita falta”, afirma João Condeço, um ex-técnico de energias renováveis cuja doença o impede de trabalhar desde 2012.
A medicação que toma diariamente e os longos períodos de cama a que a doença obriga não lhe permitem exercer qualquer atividade profissional, e obrigam-no a estar permanentemente em casa.
Para mais, tem a seu cargo um filho menor de 10 anos, de quem cuida sozinho praticamente desde que ele nasceu, e que hoje vai sendo criado com a ajuda que a família presta.
“O meu pai vai conseguindo garantir a alimentação, a roupa e a educação dele. Eu dependo da ajuda de amigos e vizinhos”, explica o homem, de 38 anos, que não tem qualquer outra fonte de rendimento.
Todo o seu processo clínico, onde figuram os relatórios neurológicos que atestam a doença degenerativa, foi entregue na Segurança Social, pelo que João Condeço não compreende a demora.
A consulta na Junta Médica a que foi sujeito, no início de Agosto, demorou apenas três minutos, segundo o próprio, e prometeram-lhe resposta no prazo máximo de 30 dias.
A Rede Regional contatou o Instituto da Segurança Social, que não nos fez chegar nenhuma resposta concreta ao nosso pedido de informações sobre este caso.
Caso a situação se mantenha, João Condeço ameaça fazer uma greve de fome à porta da Assembleia da República.
