Entre Maio e Dezembro de 2013, o número de crimes nos campos agrícolas do concelho de Almeirim onde as estradas estão interditas ao trânsito durante o período noturno diminuiu 82%, segundo números do Comando Territorial de Santarém da GNR.
Nestes oito meses, a GNR registou apenas três participações por furto dos chamados metais não preciosos, contra 17 crimes no período homólogo do ano anterior.
Estes são os primeiros resultados da implementação da operação "Campo Seguro", lançada pela GNR e pela Câmara de Almeirim com o objetivo de combater os furtos de cobre e a criminalidade que lhe está associada.
Em 2012, a Guarda registou 29 crimes de furto nesta área agrícola do concelho, contra 15 em 2013, o que já correspondia a uma redução de 48%.
Mas, dessas 15 participações, 12 foram feitas antes do dia 13 de maio do ano passado, data em que arrancou a operação Campo Seguro em Almeirim.
A GNR acrescenta ainda que apanhou 30 condutores não autorizados (sem o respetivo dístico emitido pela Câmara de Almeirim) a circular em áreas interditas, o que lhes valeu a respetiva contraordenação, e deteve em flagrantes quatro indivíduos por outros crimes.
Ou seja, segundo os militares, o "Campo Seguro" tem permitido também combater outro tipo de criminalidade que normalmente se socorre de estradas secundárias para escapar às autoridades.
Câmara satisfeita com primeiros resultados
"São números que nos deixam francamente satisfeitos", disse à Rede Regional o presidente da autarquia, Pedro Ribeiro, salientando a importância que isso tem para um dos principais sectores económicos do concelho.
"Em muitos destes casos, não se pode contabilizar apenas o que é roubado, mas também todos os prejuízos causados pelo facto dos agricultores não poderem desenvolver depois a sua atividade em condições normais", explicou o autarca, garantindo que o programa vai manter-se ativo e que o município planeia mesmo alargá-lo a outras zonas do concelho.
"Já houve várias solicitações por parte de agricultores e organizações de produtores para que a operação pudesse ser alargada, e isso está a ser estudado de uma forma muito cuidadosa", adiantou Pedro Ribeiro, explicando que "há zonas do concelho onde isso será difícil de implementar, sobretudo na zona da charneca, porque as estradas, mesmo sendo de campo, dão acesso a propriedades agrícolas e aglomerados urbanos dispersos".
"Naturalmente que as pessoas terão que ter acesso às suas casas ou passar para trabalhar, e não queríamos que isso significasse a proliferação de um grande número de dísticos", frisou o autarca, prometendo novidades para breve.
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