As análises ao foco de poluição registado a 6 de agosto deste ano no rio Almonda, em Torres Novas, e que provocou a mortandade de cerca de uma tonelada de peixe, não permitiram encontrar os responsáveis pela alteração dos parâmetros da água, mantendo-se a investigação em curso.
Segundo a Câmara de Torres Novas, que recebeu os dados oficiais no dia 28 de outubro, as análises efetuadas pela PSP apresentam uma carência bioquímica e química de oxigénio extremamente elevada (até 28 vezes superior ao limite para um bom estado ecológico, o estado normal do rio Almonda), típicas de uma descarga ilegal de poluentes, possivelmente de origem não doméstica.
Contudo, e apesar de todos os esforços, não foi possível identificar a origem da mesma, estando a investigação a cargo das entidades judiciais competentes.
Recorde-se que os serviços de ambiente do município detetaram, a 6 de agosto, pelas 8h00, peixes mortos entre a Ponte do Raro e o Açude Real, pelo que foi de imediato acionada a Brigada de Proteção Ambiental da PSP, que procedeu à colheita das amostras de água em dois pontos. A recolha de evidências centrou-se na qualidade da água, não se procedendo à recolha de peixes, espuma ou qualquer outro material suspeito de contaminação;
O resultado das análises, as quais foram realizadas pelo Laboratório de Referência do Ambiente (APA) foi remetido para o município no dia 28/10/2024 e a divulgação dos seus resultados foi autorizada a 5/11/2024;
Verifica-se, por um lado, que na data do evento, algo fez disparar os valores para níveis anormalmente altos, os quais também foram repostos passado muito pouco tempo. A mortandade dos peixes poderá ter diferentes causas, relacionadas com a descarga, desde toxicidade de químicos, à depleção de oxigénio dissolvido na água. No entanto, as evidências recolhidas não permitem indiciar a causa.
“A causa continua desconhecida, não havendo indícios ou testemunhos que permitam indiciar a origem da descarga poluente, continuando o processo em análise pelas entidades competentes”, termina a autarquia.