Os 16 crimes de que estava acusado pelo Ministério Público (MP) foram todos englobados num crime único de violência doméstica, do qual foi considerado culpado.
O Tribunal de Santarém deu como provados a maioria dos episódios de enorme violência física, verbal e ameaças de morte que o arguido cometeu sobre a namorada, ao longo de dois anos de relacionamento, desde o caso das agressões registadas no vídeo ao dia em que invadiu e destruiu a casa da mulher munido de uma catana.
Durante o julgamento, o arguido, de 28 anos e já com cadastro por crimes contra a integridade física, confessou parte dos factos da Acusação e mostrou-se arrependido.
O homem explicou ao coletivo que agiu por ciúmes doentios por alegadas traições da namorada, que estava frequentemente embriagada junto de outros homens, e disse mesmo ao coletivo de juízes que a mulher ainda o procura, e que se encontram na casa dele.
Ora, uma das penas acessórias fixadas pelo tribunal para que a pena de prisão se mantenha suspensa é precisamente a proibição de quaisquer contatos com a vítima, pelo período de três anos.
O relacionamento “tóxico”, como é descrito no Acórdão, terminou no dia 6 de novembro de 2021, quando o vídeo da vítima, espancada à bofetada e ensanguentada em cima de uma cama, começou a circular no Facebook.
Nessa noite, o arguido fugiu à socapa por uma janela das traseiras antes da chegada da PSP do Entroncamento, que tinha conhecimento deste caso de violência doméstica pelos episódios anteriores que foi acionada.