Ao dizer “… tirando esses Neonazis do Chega”, referiu-se não a todos os militantes do partido, mas a um grupo restrito de elementos ligados à extrema direita que o próprio André Ventura tentou expurgar do partido, na altura, ao criar uma Comissão de Ética.
“A expressão tem que ser enquadrada no contexto em foi proferida”, explicou à juíza o arguido, lembrando que, durante o combate à pandemia, um grupo de militantes do Chega assumiu posições radicais e polémicas em relação às regras sanitárias impostas pelo Governo.
Pedro Magalhães Ribeiro garantiu que nada tem contra o Chega, onde até tem alguns amigos, e que chegou mesmo a receber na Câmara a comissão instaladora do partido no Cartaxo, numa reunião que classificou de “bastante produtiva”.
“Fui eu próprio que sugeri que começassem a levar assuntos do concelho à reunião de Câmara, mesmo sem terem representação política”, acrescentou o arguido, garantindo que a expressão “não é uma ofensa coletiva” ao Partido Chega, que reconhece como democrático e reconhecido pelo Tribunal Constitucional.
Nesta primeira sessão, foram também ouvidos alguns militantes e dirigentes distritais do Chega, autores da queixa-crime contra Pedro Magalhães Ribeiro, que se disseram profundamente ofendidos e indignados com a expressão que está em discussão no julgamento.
O ex-autarca começou a responder por ofensa a pessoa coletiva, organismo ou serviço, um crime que é punido com pena de prisão até seis meses ou com pena de multa até 240 dias.
Notícia relacionada
Ex-autarca em tribunal por dizer “os Neonazis do Chega”